Ato de amor ao próximo

Editorial

Ato de amor ao próximo

Mesmo que para muitos ainda seja um tabu, falar sobre doação de órgãos no ambiente familiar é de extrema importância. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 36 mil pessoas aguardam por um transplante no país. O tema ganhou…

Mesmo que para muitos ainda seja um tabu, falar sobre doação de órgãos no ambiente familiar é de extrema importância. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 36 mil pessoas aguardam por um transplante no país.
O tema ganhou força em nível nacional, no fim do ano passado, a partir da morte do famoso apresentador de TV Gugu Liberato. A decisão da família de autorizar a retirada dos órgãos e tecidos, a partir do conhecimento sobre o desejo do próprio Gugu, e encaminhá-los a pessoas que aguardam na extensa fila de espera por doações serve de exemplo à sociedade. Dezenas de pessoas foram beneficiadas com o nobre gesto.
Recentemente, no Vale do Taquari, ganhou notoriedade o caso do vereador de Lajeado Lorival Silveira. A partir do ato de uma pessoa desconhecida, a sua vida foi salva por meio de um transplante de coração. Como mostra a reportagem desta edição na página 8, a família da doadora e o receptor se encontraram nesta semana em um momento carregado de emoções, gratidão e amor.
O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo. Cerca de 96% dos procedimentos são custeados pelo SUS. Só perde para os Estados Unidos na quantidade de transplantes efetivados. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), de janeiro a setembro de 2019, foram mais de 6,7 mil procedimentos realizados com êxito.
É preciso frisar que, para se tornar doador após a morte, não é necessário nenhum documento oficial expresso. É muito mais simples do que parece. Basta manifestar a vontade e deixar essa intenção bem clara aos familiares, que serão os únicos responsáveis pela autorização.
Rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e córnea são os órgãos mais necessitados. A recusa de familiares para a doação de órgãos de potenciais doadores, contudo, é o impedimento principal para que mais pessoas sejam salvas. Segundo a ABTO, foram quase 2 mil negativas dentre os 8.464 potenciais doadores notificados.
Manifestar aos familiares a vontade de conceder os órgãos e tecidos após a morte é um dos atos mais nobre que um ser humano pode ter. Cientes desse desejo, os parentes podem liberar o procedimento para que até dezenas de pessoas tenham uma nova perspectiva de vida.

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