Torneiras secas

Editorial

Torneiras secas

Persiste o drama vivido em diversas áreas do Vale do Taquari devido à falta de água. Além dos prejuízos no setor primário, a estiagem – já considerada a pior desde 2012 – altera a rotina de comunidades e gera transtornos…

Persiste o drama vivido em diversas áreas do Vale do Taquari devido à falta de água. Além dos prejuízos no setor primário, a estiagem – já considerada a pior desde 2012 – altera a rotina de comunidades e gera transtornos e aflição para centenas de famílias.
A escassez de chuvas e o aumento do consumo estão entre as principais causas para o desabastecimento, que se torna cada vez mais crítico diante da incerteza de precipitações expressivas nas próximas semanas.
Em alguns lugares, o problema perdura desde o fim do ano passado, como em Bom Retiro do Sul e em Marques de Souza. Nesta semana, a situação se agravou em Cruzeiro do Sul. Na região conhecida como Canarinho, a falta de água é uma realidade desde segunda-feira.
Tomar banho ao chegar do trabalho, lavar a roupa e a louça, e ter água suficiente para as atividades domésticas. Para muitos, algo básico já virou um privilégio.
Conforme a ONU, um ser humano precisa de, no mínimo, 110 litros de água por dia para suas necessidades básicas. No Brasil, a média de consumo diário está em 154 litros, segundo o Ministério das Cidades.
O país precisa avançar muito em termos de conscientização para evitar o desperdício. Parece existir uma cultura da falsa abundância, em que se acredita que a água é infinita. Ao mesmo tempo, órgãos responsáveis pelo abastecimento demonstram pouca capacidade de prever e evitar problemas cíclicos de distribuição. Urgem inovações tecnológicas capazes de estocar água nos períodos chuvosos, para o seu aproveitamento nos tempos de seca.
Um elemento básico para a vida torna-se artefato raro. E o pior. A tendência é que, ano após ano, a situação fique ainda mais dramática. Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável.
Em todas as esferas, governos e população precisam se atentar a essa problemática, antes que seja tarde demais.

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