“Tenho quase 80 anos e continuo aprendendo”

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“Tenho quase 80 anos e continuo aprendendo”

O técnico em eletrônica Aloísio Rockenbach completa 80 anos no dia 1º de março. Começou a trabalhar em 1964, na cidade de Rodeio Bonito. Natural de Lajeado, voltou para o Vale faz mais de 30 anos. Dos dias em que…

“Tenho quase 80 anos e continuo aprendendo”

O técnico em eletrônica Aloísio Rockenbach completa 80 anos no dia 1º de março. Começou a trabalhar em 1964, na cidade de Rodeio Bonito. Natural de Lajeado, voltou para o Vale faz mais de 30 anos. Dos dias em que começou na atividade até hoje, precisou se adaptar ao avanço tecnológico.

• Quando começou a trabalhar com eletrônica?

Em Rodeio Bonito, havia uma oficina. O dono estava fechando e ia se mudar para Porto Alegre. Eu fiz um curso pelo correio e comecei a trabalhar com isso. Foi em 1964. Naquela época, só havia rádio e a pilha ainda. Cidade pequena, nem luz tinha. Eu fazia solda em um fogareiro.
Era tudo meio improvisado. Era difícil até conseguir peça para reposição. Por outro lado, também não tinha tanto aparelho que incomodava. Lembro que eu ia a Porto Alegre a cada dois ou três meses para comprar peças.

• Quando voltou para Lajeado?

Foi em 1984. Tínhamos comércios lá em Rodeio Bonito. Vendemos e voltamos para cá. Eu fui abrir a oficina em 1987, na rua Marechal Deodoro. Ali criamos relação com os clientes. Muitos se mantém até hoje. É uma grande alegria ter pessoas que confiam no meu trabalho. Tem gente que chega pra mim e diz: “lembra aquele rádio que arrumou para mim, está funcionando já faz 20 anos.”
Para conseguir isso, eu sempre falei a verdade para o cliente. Passava orçamentos e o que ia usar de peças. Acho que consegui credibilidade por isso.

• Como as oficinas eletrônicas se mantêm?

É algo que também está terminando. Nos Estados Unidos não existe. Lá usam o aparelho até estragar. Depois vai fora. Aqui também está ficando mais difícil, principalmente para conseguir componentes de aparelhos novos. No passado não havia tanto descarte e a durabilidade dos aparelhos também era maior.

• E as mudanças ao longo desses anos? Como foi se adaptar?

Tenho quase 80 anos e continuo aprendendo. O que não está fácil são os últimos dez anos. Novos aparelhos, televisões smart. Mudou todo o sistema. Sou de uma época em que havia poucas televisões. Era de madeira, pesava até 20 quilos. Na idade que tenho, não precisaria mais trabalhar. Mas se eu parar, não vou durar muito tempo. Faço o que gosto. É uma satisfação abrir os rádios antigos, aqueles valvulados, arrumar, ver a qualidade com que eram feitos.

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