Faltam detalhes na implantação do sistema de cobrança e ajustes técnicos para a CCR ViaSul baixar as cancelas nos quatro pedágios instalados na BR-386. Entre eles, dois estão localizados entre a região e a capital gaúcha, nos municípios de Paverama (km 374) e Montenegro (km 424).
A concessionária iniciará a cobrança até fevereiro. Antes disso, a gerente de comunicação Simone Suzzin destaca que será realizada a conhecida “operação branca”, período de 10 dias de testes no funcionamento da praça e orientações aos motoristas.
A tarifa será de R$ 4,40 para veículos de passeio. Caminhões pagam o mesmo valor multiplicado pelo número de eixos. Novidade na rodovia federal da região será a tarifa para motocicletas de R$ 2,20.
Conforme Simone, no mes de fevereiro, a concessionária pode realizar o reajuste contartual de preços nas tarifas. Portanto, os valores podem mudar a partir de março.
Desde maio de 2019, a CCR ViaSul realiza um cronograma de obras no trecho concedido da BR-386. Fresagem e recomposição da camada asfáltica, instalação de cercas e barreiras foram as melhorias realizadas nesses primeiros meses.
Além de Paverama e Montenegro, também iniciarão a cobrança as praças de Fontoura Xavier e Victor Graeff, além da praça da BR-101 em Três Cachoeiras.
Duplicação e melhorias
Nos 30 anos de concessão da rodovia federal, a CCR ViaSul realizará a duplicação total nos 226 quilômetros da BR-386 até Carazinho. Obras iniciam a partir do terceiro ano da concessão em entre Lajeado e Marques de Souza.
No trecho do Vale do Taquari, ainda estão previstos construção de sete interconexões, dois acessos, uma passarela, mais de 10 quilômetros de faixas adicionais e 21 quilômetros de vias marginais (veja na linha do tempo).
Do Vale do Taquari até Canoas, estão previstos adequações no trecho duplicado como a implantação de acostamentos e canteiros centrais.
“O pedágio é um mal necessário”
Presidente da CIC Vale do Taquari, Pedro Barth elogia os primeiros meses de trabalho da CCR ViaSul e a transformação na BR-386. Para ele, o cronograma de obras irá desenvolver a região e gerar mais segurança na rodovia. “Vamos pagar, mas teremos melhorias. O pedágio é um mal necessário”, aponta.
Para Barth, a tarifa do pedágio é aceitável perante a quantidade de obras previstas. Única preocupação é com o aumento dos custos logísticos para as transportadoras, um segmento classificado pelo presidente da CIC como “vivo e forte” na região. “Ainda estamos estudando formas de agir neste sentido. Inevitavelmente, a margem de lucro dessas empresas será menor”, aponta.
Uma das bandeiras da CIC, conforme Barth, é conseguir a concessão das ERS-130 e 129 nos mesmos moldes da rodovia federal. A entidade elaborou um ofício em novembro e está em contato com o secretário de Governança e Gestão Estratégica, Claudio Gastal para organizar um debate sobre o assuno.