No fim do ano passado, mais precisamente na manhã do dia 27 de dezembro, a cidade de Lajeado perdeu mais uma de suas figuras folclóricas. Conhecido pelo apelido de “Pelezinho”, Areci Maria morreu durante o incêndio de um casebre de madeira no bairro Conservas. Tudo indica que houve um acidente. Sem luz elétrica em casa – item básico para a dignidade de qualquer ser humano –, fogueiras e velas cumpriam o papel de iluminar aquela vida solitária.
Pelezinho morreu carbonizado ou intoxicado pela fumaça. Uma tragédia estúpida. Um fim trágico para uma vida doída. Pelezinho já havia passado por maus bocados em 2013, quando foi espancado quase até a morte ao relento. Desta vez ele não resistiu. E nossa sociedade assistiu atônita ao fim óbvio de Pelezinho e o seu inseparável carrinho de bebê. Mais um. Tal como Seu Manoel, Seu Aldino, Tafú, Adão Querosene, Schneider…
Estamos iniciando um novo ano. Um novo ciclo de promessas, deveres, ações, desejos e prazeres. Um novo ciclo para mudarmos certas atitudes como sociedade. Principalmente aquelas atitudes que nos exigem empatia. A empatia é uma competência fundamental para o convívio social, algo que vem faltando ao brasileiro nesses últimos anos, independente da classe social ou posição ideológica. Baseia-se na partilha e compreensão de estados emocionais de outros. Um gesto nobre!
Pelezinho também morreu em função da falta de empatia. À mercê da sociedade, morreu de forma obscura. Morreu sem contar com o básico para a própria sobrevivência. Morreu esquecido ou muito pouco lembrado. Morreu, literalmente, às escuras. Morreu abandonado pela sociedade que seleciona com estranho rigor aqueles que merecem mais ou menos empatia. Que sua morte não tenha sido em vão. Descanse em paz!
“O Legislativo está acanhado”
O vereador João Braun (PP) questiona nota divulgada nesta coluna na semana passada. No texto, descrevi a opinião de alguns políticos da região. Entre as especulações, as possíveis razões pela qual ele foi eleito o novo presidente do Legislativo de Estrela. Para alguns, teria sido um “consolo” pelo fato dele não ter sido escolhido pré-candidato a prefeito.
“Não tem nada a ver com consolo. Havia um acordo desde 2016. A presidência seria do PP, e eu sempre fui o nome para ser o presidente. Se eu tivesse sido indicado para ser pré-candidato a prefeito, a presidência seria do Márcio Mallmann (PP)”, afirma ele, que terá de lidar com a promessa de redução de salários durante 2020.
Já sobre o inédito mandato na presidência, ele afirma querer melhorar a imagem da Câmara. “É preciso aumentar a relevância do Poder legislativo. Está muito acanhado. Precisamos trabalhar de forma mais independente. Garantindo maior protagonismo. Vou garantir ações nos primeiros meses que vão demonstrar isso.”
Obras da nova prefeitura
O governo municipal quer iniciar as obras de reforma e ampliação da prefeitura de Lajeado no dia 15 de janeiro. Ontem foi realizada uma reunião entre representantes da empresa Vincere – com sede em Lajeado e responsável pela remodelação do acesso ao Parque do Imigrante – e membros do Poder Público. O custo total da obra será de R$ 1,3 milhão e os serviços devem perdurar até maio ou junho deste ano.
Luto em Encantado
A Administração Municipal de Encantado lançou nota e este colunista reforça os sentimentos de pesar ao prefeito, Adroaldo Conzatti (PSDB), pelo falecimento de sua irmã, Miranda Conzatti Pagliarini, de 76 anos, ocorrido no sábado passado.
A terceira via
Acima de tudo, Daniel Fontana é um estrategista. Ex-suplente de Deputado Federal pelo PT, o advogado está ligado hoje ao PSB e, segundo informações, é pré-candidato a prefeito de Lajeado, assim como Marcelo Caumo (PP), Carlos Ranzi (MDB), Márcia Scherer (MDB), Sérgio Kniphoff (PT) e Gilberto Schmidt (DEM).
Na imagem, um almoço ao lado do vereador Ederson Spohr, hoje no MDB, mas que em 2012 concorreu a vice-prefeito pelo PSDB, na chapa Progressista de Marcelo Caumo – ambos foram derrotados pela dupla Luís Fernando Schmidt (PT) e Vilsinho Jaques (MDB). Spohr já afirmou que está um tanto desgostoso com a política. E Fontana sabe disto.
PT na Famurs
O prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus (PT), o popular “Maneco”, assume em junho a presidência da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Hoje ele é o vice-presidente da entidade. Maneco será o segundo prefeito do Vale do Taquari a chegar a tal posto na história da Famurs. Um feito e tanto para o único petista à frente de uma prefeitura na nossa região!
Descansar em paz?
Bandidos não poupam os mortos na região. Já está virando fato corriqueiro o furto de crucifixos, letreiros e até fotografias em cemitérios do Vale do Taquari. Desta vez, o crime foi registrado no cemitério católico de Linha Wink Baixa, em Estrela, e do cemitério evangélico de Linha São Jacó, em Teutônia.