ESCOLHAS: O poder e a influência do padrão de pensamento na tomada de decisões

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

ESCOLHAS: O poder e a influência do padrão de pensamento na tomada de decisões

A vida é feita de escolhas. A frase é um clichê comum no cotidiano popular. Ainda assim, nem sempre nos damos conta do que isso significa. Medo, crenças, “certezas absolutas” e uma parafernália de outras limitações influenciam nossas decisões e, não raras vezes, nos levam a comportamentos repetitivos e automáticos com resultados frustrantes.
Seja qual for a sensação, o mais curioso é que mesmo irmãos ou amigos, submetidos a ambientes e estímulos parecidos respondem com diferentes comportamentos e decisões. Na programação neurolinguística (PNL), costuma-se estudar a forma como o cérebro registra ou é impactado com determinada informação. Isso é o que define o padrão de cada pensamento.
Ou seja, as pessoas não absorvem uma crítica da mesma maneira, ainda que ambas sejam próximas em idade, classe social ou tenham outra semelhança qualquer. A absorção dos impactos externos por nosso cérebro depende da capacidade de resiliência. Ao longo da vida, sedimentamos crenças, muitas delas com base na nossa infância. Daí a influência enorme que os pais têm em nossas personalidades.
O professor Nelson Spritzer, em suas sessões de PNL, costuma tratar das crenças ou “verdades absolutas”, de maneira divertida. Para quem está com a mente aberta leva na esportiva o jeito lúdico e, por vezes, sarcástico com que o especialista se refere às crenças limitantes. Talvez seja esta franqueza que assusta e intimida a alguns, pois força o cérebro racional a enxergar sobre outro ângulo.
O que para muitos é banal, para outros soa uma verdadeira montanha a superar. Neste aspecto não existe fraco nem forte. Existe uma crença sedimentada acerca de algo que o impede ou, do contrário, o permite agir com tranquilidade.
“Tudo é coisa da nossa cabeça”. Esta talvez seja a frase mais inteligente que possamos repetir na vida, desde que saibamos o que formou o nosso pensamento. Resiliência é algo poderoso e libertador.
Quando na infância, recebi muitos ensinamentos bons e valorosos. Assim, também ouvi muitas afirmações falsas. Ex.: “filho, não te mete que isso não é pra ti”, só pra citar uma. Claro que estas afirmações são ditas em momentos convenientes e, quase sempre, têm uma intenção positiva de quem as expressa. Ainda assim, elas têm um poder enorme sobre quem as escuta, ainda mais quando dito para crianças.
Quando cheguei na cidade de Lajeado, aos 17 anos, meu padrão de pensamento era limitante. Eu via que os outros tinham facilidade para empreender, mas a mim parecia impossível. Então, a primeira coisa lógica foi decidir que seria apenas empregado. Outra limitação: pensar que empregado não pode empreender no próprio emprego. Mas enfim, “é melhor ter o fixo no mês do que se arriscar”.
Os anos passaram, experimentei novos modelos de pensamento, novas influências e, assim, “verdades absolutas” do meu inconsciente caíram. Aos poucos perdi o medo e “me lancei ao mar”.
Com pouco mais de 20 anos comecei a alimentar um desejo ardente de empreender. Inicialmente, tentei pelos modelos tradicionais da minha família, originária da roça. Construí um chiqueirão, uma esterqueira de minhoca, plantei frutíferas e por aí foi. Tudo em vão. Meu modelo mental não estava preparado para ser um empreendedor.
Ainda não estava pronto, embora achasse que sim. Segui firme no meu emprego de rádio, o qual me dava a segurança para ter ao menos um rendimento fixo para viver. Era uma boa bengala.
Os anos passaram e novas tentativas frustradas se acumularam, até conhecer o treinamento do Dale Carnegie e do Nelson Spritzer. Foi durante as inúmeras sessões que minha mente abriu e sedimentou a resiliência sobre o poder das escolhas. Também pude perceber como elas são influenciadas pelo padrão de pensamento e como este conduz a nossa vida.
Foi em 2007 que escolhi deixar um emprego de quase 15 anos para me dedicar, definitivamente, ao projeto do A Hora. Jornal semanário e com faturamento pífio, a única certeza era o enorme trabalho pela frente. Literalmente, “queimei os navios”. Contudo, meu modelo mental já estava orientado às soluções e não aos problemas.
Não preciso aqui dizer quantos percalços, tropeços e aprendizados surgiram. Mas uma coisa nunca mais perdi: a certeza de que nossos resultados são frutos apenas das nossas próprias escolhas, nunca dos outros.
Reclamar, queixar ou ser ingrato com as oportunidades é o comportamento mais desprezível que um ser humano pode carregar. É um peso para si e, certamente, para os outros que estão em sua volta.
Por isso, dedico a primeira coluna de 2020 a todos os que desejam e acreditam no empreendedorismo. Examine seu cérebro. Estude suas crenças, desconfie das verdades absolutas e da influência sedimentada do passado. Modele quem você admira e treine sua mente para a abundância, nunca para a escassez. Seja no profissional ou no pessoal, o modelo mental livre e resiliente leva a resultados vencedores.
Escolha ter um feliz e próspero 2020!
 
“Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito” – William Shakespeare

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