Das chuteiras à prancheta

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Das chuteiras à prancheta

Ex-jogador profissional, Ruimar Kunzel é hoje auxiliar técnico na equipe Sub-23 do Grêmio

Das chuteiras à prancheta

Milhões de brasileiros sonham em viver do futebol. Seja jogando profissionalmente ou trabalhando com o esporte. Entretanto, poucos conseguem ter sucesso ou chegar a um clube de renome. De Lajeado, Ruimar Evaristo Kunzel, 30, subiu degrau a degrau até chegar ao cargo de auxiliar técnico do time Sub-23 do Grêmio. Para 2020, vive a expectativa de iniciar a disputa do Campeonato Gaúcho, além de manter o bom trabalho e servir a equipe profissional com jovens revelações da base.

A história de Ruimar no futebol começa muito antes do Grêmio. Antes de ser auxiliar técnico e trabalhar com a base, foi jogador profissional e passou por diversas equipes do estado e de fora. Iniciou em 2004 na base do Juventude. Passou por Lajeadense e base do Grêmio até chegar ao São José, onde iniciou no profissional. Rodou pelo Paraná, segunda divisão do Campeonato Gaúcho e outros clubes até desistir de jogar profissionalmente.

Para Ruimar é complicado distinguir a sua vida dentro e fora do futebol, pois vivenciou poucas experiências profissionais fora do esporte. Na reta final da carreira, se desiludiu com alguns circunstâncias, chegou a não receber salários e ter que cobrar time na justiça. “Muitas vezes o time não tinha nem condições de ir para os jogos. Então eu tive uns problemas e acabei largando o futebol para ir estudar”, comenta.

O ex-atleta começou então a faculdade de Educação Física na Ulbra, onde ganhou uma bolsa atleta. Estudava de forma gratuita e jogava institucionalmente pelo time universitário. “Eu trabalhava um turno na Prefeitura de Canoas quando surgiu a oportunidade no Grêmio. Saí da Prefeitura e comecei o estádio. Estudava a noite e trabalhava durante o dia, então eu nunca saí do futebol. Nunca vivenciei outra profissão.”

Do estágio à expectativa de trabalhar no Gauchão

No Grêmio Ruimar começou como estagiário. Ficou pouco mais de um ano no estágio até ser contratado. Trabalhava na parte técnica, no projeto “Lapidar”. “O projeto trabalhava somente a parte técnica dos atletas. Fundamentos como cabeceio, chute a gol, batida na bola e técnicas de marcação.” Depois disso, trabalhou nas análises de desempenho. Seu trabalho era viajar, acompanhar competições e monitorar atletas que poderiam servir ao Grêmio. Agora, faz quase um ano, trabalha como auxiliar técnico no time de transição.

Para 2020, vive a expectativa de iniciar o Campeonato Gaúcho com a equipe Aspirante. “A ideia é que a equipe Sub-23 inicie o Gauchão. Que jogue pelo menos as três primeiras rodadas e até a Recopa Gaúcha. Mas essa decisão só será tomada quando Renato Portaluppi voltar das férias. Ele que irá decidir”, comenta. O grupo de transição está treinando e ficará à disposição de Renato caso seja necessário.

Além disso, Ruimar está convocado para trabalhar com a Seleção Gaúcha, que estará representada em sua maioria pela equipe Sub-23 do Grêmio, e irá realizar dois amistosos contra e equipe olímpica do Uruguai nos dias 7 e 10 de janeiro, em Montevidéu.

A expectativa para a temporada é a melhor possível. “O trabalho que realizamos no ano passado nos credenciou a disputar a Recopa e o início do Gauchão. Chegamos à final do Brasileiro de Aspirantes, depois fizemos a última partida do Brasileirão contra o Goiás e também tivemos bom desempenho. Nosso trabalho foi valorizado e felizmente conseguimos colocar alguns atletas no profissional. Casos do Ferreira, Isaque e Frizzo. Esperamos fazer um bom ano, e além disso, mais uma vez abastecer o profissional com nossos atletas.”

O sonho de se tornar técnico

Embora acredite ainda não estar preparado para dar o passo seguinte na carreira, Ruimar ambiciona uma alçar voos maiores e se tornar técnico no futuro. Por ter trabalhado muito tempo na categoria de base com a parte técnica, acabou deixando de lado ou não vivenciando a parte tática, área que ainda encontra dificuldades.

Como meta na profissão, quer ser um dia um técnico reconhecido pelo seu trabalho. Com boa capacidade, entendimento de jogo, que possa valorizado e procurado por muitas equipes. “Estou trabalhando forte para isso, me dedido muito”, comenta.

Em breve, fará os cursos da CBF para se qualificar cada vez mais. “Pretendo ir subindo degrau a degrau, estou há cinco anos no clube e tive uma ascensão muito boa, que foi fruto do meu trabalho. Então devagarinho vou subindo, quem sabe não chego a uma Seleção ou equipe da Europa algum dia.”

Caetano Pretto – caetano@jornalahora.inf.br

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