Até logo

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Até logo

Quando eu era criança, fazia tudo ao lado dos meus irmãos. Gêmeos, estudávamos juntos, tínhamos os mesmo amigos e íamos aos mesmos lugares. Fui acostumada a estar acompanhada. Raramente tinha medo de estar sozinha nas mudanças que apareceram para mim.

Então fomos para a faculdade. Cada um escolheu um curso diferente e, apesar de ainda pegar o ônibus toda noite para ir até São Leopoldo com a minha irmã, passamos a ter colegas diferentes e desafios que, dessa vez, tivemos que passar sozinhos.

Mas quando as coisas ficavam difíceis eles estavam aqui e eu podia roubar um abraço apertado sempre que precisava. Da minha família também. Por isso essa talvez seja a experiência mais linda e assustadora para mim. Dessa vez, em outro continente, os abraços passam a ser virtuais e as escolhas por minha própria conta e risco.

Sim, hoje eu deixo o caderno Você para viver uma nova aventura. Mas esse não é um texto de despedida. Gosto de pensar num breve até logo, porque despedidas são intensas e dolorosas demais.

O sentimento que fica é de gratidão por tudo o que me foi possibilitado construir aqui. Depois de tanto tempo, vejo como amadureci. Levo tudo isso na mala e, também, um pouco de medo e incerteza. Mas tudo bem, é esse frio na barriga que me faz viver e esperar ansiosa por tudo o que vou conhecer por lá.

Em outro continente, com certeza terei muitas histórias para contar. Espero que vocês possam me acompanhar e me deem motivos para continuar escrevendo. Eu descobri que com as palavras, a vida fica mais palpável, por mais irônico que possa parecer. Por isso me permito sempre ser tocada por ela (a vida) e gosto tanto de tentar reproduzi-la por meio de frases ou versos no papel.

Já que isso não é uma despedida, como último desejo quero deixar aqui a esperança. Para que possamos continuar vendo poesia por onde andarmos e que ela aqueça os nossos corações. Que a vida seja sentida na pele e que seja responsável por mais sorrisos do que lágrimas derramadas. E que, por meio das palavras, possamos continuar tocando uns aos outros e compartilhando momentos singelos e verdadeiros todos os dias.

Até logo!

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