2019. O tempo. O Papa. As reformas. E bola pra frente

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

2019. O tempo. O Papa. As reformas. E bola pra frente

Foi-se 2019. E foi rápido. Parece tão recente aquele momento em que criei minha lista de transmissão no Whatsapp para encaminhar mensagens de boas novas aos meus amigos virtuais mais próximos. Ouvimos, a todo momento, que a sensação é que os anos estão passando mais rápido, como se as horas tivessem menos minutos e os minutos menos segundos. Pura ilusão.
O Papa Francisco nos sugere guardar um pouco os celulares e exercitarmos mais o exercício do diálogo. Faz todo o sentido. O ritmo frenético, alucinante, de excesso de informações – ou desinformações – absorve nossa mente e nos impõe essa sensação de insuficiência de tempo para e sobre as coisas. Buscar um ponto de equilíbrio, ter sabedoria para investir nossa energia naquilo que realmente importa precisa ganhar escala e prioridade.
Sensações e comportamentos à parte, 2019 foi um ano bom. Eu, por exemplo, encerro com a saúde física e mental em dia, o que por si só já é suficiente para deixar meu balanço positivo. Fala sério: nada é mais importante do que ter saúde e disposição para buscar aquilo que nos propomos e desejamos. Não ganhamos nada reclamando, ainda mais quando nosso coração bate no tic-tac certinho, quando as pernas nos fazem caminhar, os olhos nos fazem enxergar e o cérebro a raciocinar. Sejamos gratos.

05_A_HORALá e cá

Foi um ano intenso. Bem intenso e tumultuado. No Brasil e no Rio Grande do Sul, vassouras novas nos palácios do Planalto e Piratini. Jair Bolsonaro e Eduardo Leite assumiram os comandos do país e do estado na expectativa de tirar a nação do marasmo político e econômico que nos acompanha nos últimos anos. A expectativa era tão grande que para muitos se transformou em ufanismo, como se Bolsonaro e Leite tivessem bolas de cristal e poderes do além. Este 31 de dezembro nos mostra que eles não têm. Nem haveriam de ter.
Foram 365 dias de um vai e vem de disputas, brigas, escândalos, falácias, propostas e avanços. Sim, tivemos e estamos tendo avanços importantes. Reformas estruturais em nível nacional e estadual saíram da gaveta (ufa), mesmo com um revés de classes e interesses daqueles diretamente impactados e/ou afetados. Mas é do jogo. Mudar pressupõe desgaste, contrariedade, divergência. Afinal, a missão de Bolsonaro e Leite se assemelha a uma troca de pneus de um carro em movimento. Complexo.
Se no campo das reformas evoluímos, no quesito convivência pioramos. Continuamos numa polarização social inútil, onde o sentimento de nós e eles nos diminuiu enquanto nação e cidadão. Que 2020 possa ser de mais aproximação e empatia e menos de confronto ideológico e de raiva.

Aqui

No Vale do Taquari, colhemos bons frutos neste ano. No embalo da transformação tecnológica mundo afora, consolidamos o Pro_Move Lajeado, exemplo de política pública que pode ser espelho para as demais cidades da região. O movimento por Lajeado cria um ecossistema singular e coloca a região no circuito da inovação, indispensável para as cidades que sonham com um futuro promissor.
Nossa diversidade econômica mostrou a força mais uma vez. Os índices de desemprego amargados pelo país passaram longe do Vale. Não que sejamos imunes a crises (até porque nossas empresas também penaram), mas de fato, somos formados por instituições e segmentos que nos deixam em vantagem perante outras regiões. A propósito, sobram vagas de emprego em quase todas as empresas. O que falta, é mão de obra pronta, preparada e disposta a ocupar os espaços que aparecem. Eis o desafio e a oportunidade que abrem 2020.
Ademais, 2019 colocou a Univates em destaque em nível nacional, fechando com “chave de ouro” as comemorações dos 50 anos. Na infraestrutura, vimos a CCR assumir a BR-386 e devolver a qualidade da pista. A conta vem a partir de 2020, com a cobrança do pedágio. Na ERS-130, sobraram críticas e faltaram obras. Continuamos órfãos de um projeto de duplicação e o pedágio cobrado pela EGR não faz nenhum sentido. Eduardo Leite prometeu acabar com a EGR em dois anos. Tem mais um.
No turismo também avançamos. O trem dos Vales, sonho antigo, “fumaceou” pelos Vales e viadutos, atraindo milhares de turistas nos passeios de Guaporé a Muçum e abriu nova perspectiva para a ocupação do modal ferroviário. Nos setores básicos, analisando a situação do Estado e país, ainda gozamos de bons índices de escolaridade, de acesso a saúde e de qualidade de vida. Mas não nos acomodemos. Podemos e precisamos bem mais.
2019 foi bom, mas bem menos do que será 2020.
Feliz ano novo!
Ah, e não esqueça do recado do Papa.
 

Acompanhe
nossas
redes sociais