Evandro da Silva, 52, mais conhecido como Nakajima, tem uma fábrica de estofados em Fazenda Vilanova. No ramo desde 1998, percorre o estado com um motorhome, com o qual visita clientes, apresenta mostruários e viaja com a família nos momentos de folga. Para ele, a independência que o veículo proporciona é insubstituível.
• Como surgiu a ideia de colocar uma casa dentro de um carro?
Em 2016, o mercado nacional começou a mudar e, como eu fazia muito a Móvel Sul, em Bento Gonçalves, conhecia bastante clientes de fora do Brasil. A crise foi grande e tive que encolher a fábrica. Aí resolvi procurar outro mercado e comecei a vender para América do Sul. Só que toda venda tem que ter acompanhamento pós-venda. Quando ia visitar os clientes, não podia levar meus produtos. Resolvi fazer uma van, onde eu pudesse viajar e trabalhar com ela. Poderia usar como meu hotel e, nos fins de semana, como lazer também.
• Você viaja com a família no motorhome?
Vamos eu, minha esposa, meu guri, que nasceu faz um mês, e três cadelinhas. São Shiitzu, uma tem 12 anos e está cega e tem outra que tem oito anos e teve sinomose. A gente sempre teve dificuldade para achar lugar para deixar. Hoje a gente está indo a Gramado, para fugir do calor, e elas vão junto.
• Por que é melhor viajar assim do que ir de carro e ficar em hotel?
Independe se for para trabalho ou passeio, tem banheiro, chuveiro, não depende de posto de gasolina, nem hotel. Sai a hora que quer, para onde quer. Você está livre, quem faz seu horário é você. No caminho, se quiser parar, pode. É a vantagem de levar a casa junto contigo. Claro, é pequena. Um motorhome de maior tamanho dá mais conforto, mas em compensação não pode parar em qualquer lugar. Além da economia, por ser a diesel.
• O que tem no motorhome?
Tem microondas, geladeira, fogão, aquecedor a gás, chuveiro quente, o vaso sanitário é com caixa de esgoto embaixo. Tem televisão, DVD, home theater. Tem tudo que uma casa tem, só que é pequeninho.
• O que te atrai na estrada?
Trabalhei seis anos em motomecânica e comprava motos usadas. A grande maioria era em Santa Catarina. Eu saía na terça e voltava na sexta. Fui me acostumando com as viagens. Sempre sonhei em estar fora, mas dormir na minha cama. Qualquer um sabe que nada melhor do que deitar na sua cama, tomar banho no seu banheiro e usar as suas coisas. Hoje me arrependo de não ter feito isso dez anos antes.
