Pro_Move se consolida  como política de cidade

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Pro_Move se consolida como política de cidade

DSC_0503Aprovação unânime na câmara é etapa que faltava para legitimar o movimento comunitário

Para alguns, foi pressão. Para outros, uma necessidade simbólica de que o Pro_Move Lajeado está acima de partidos e poderes. Pouco importam os adjetivos, o que vale é que ninguém ousará duvidar da importância do movimento depois da aprovação unânime da Rota de Inovação na Câmara.
Aqui faço um reconhecimento à presidente Neca Dalmoro (PDT). Não fosse sua firmeza e articulação interna, o projeto ficaria protelado ao ano eleitoral. Aliás, já estava engavetado.
DSC_0517Filha do ex-presidente Selvino Dalmoro (in memorian), Neca honrou o cargo máximo do Legislativo e colocou a Câmara em convergência com os demais órgãos, entidades e líderes envolvidos no Pro_Move.
Mais do que viabilizar a aprovação de lei tão importante, o gesto integrou a Câmara ao movimento apartidário. Um acerto elogiável na última sessão do ano presidida com serenidade. Sérgio Kniphof (PT) sintetizou bem ao enaltecer que as mulheres – Neca e Mariela Portz (PSDB) – , deveriam ser em maior número na política, devido à sua sensibilidade humana.
03_A_HORA2Aos demais vereadores – inclusive, aos que fizeram “elogios” ao jornal A Hora pela aprovação da matéria – vai o meu apreço. Todas as manifestações – concordemos ou não – são legítimas no contexto democrático.
O vereador tem papel de questionar e defender seu ponto de vista. Em momento algum isso deve ser constrangedor ou interpretado como afronta pessoal. Pelo contrário, a crítica permite o exercício da reflexão sobre a outra parte. Tenho certeza que este também foi o sentimento dos demais expectadores que desejam uma cidade ou política mais evoluídas.
E sobre as emendas, penso que a Câmara também está no seu direito, ainda que seu efeito possa ser questionado em duas das quatro aprovadas.


O peso e revés das críticas

Feito o registro acima, quero me ater aos vereadores em geral. Eder Spohr (MDB), já na saída, defronte ao Genesworkshop, me abordou sobre as críticas nesta coluna.
Adair, queria te dizer que as tuas colunas me fazem repensar se continuo na política. A Câmara recebe paulada de todos os lados e minha família está me cobrando”.
Continuei a ouvi-lo e o indaguei sobre quais os pontos mais divergentes. Spohr seguiu seu desabafo e, infelizmente, não concordamos em quase nada. Ele relatou os gastos para se eleger, para atender as “mordidas” e várias outras demandas enquanto legislador. “No fim me sobra uns R$ 2 mil”, disse ele. “Melhor seria receber nada”.
Pois, foi nesta última frase que concordamos. Eu mencionei que a política não deveria ser a do “toma cá,dá lá”. Afinal, se a remuneração de um vereador fosse menor, talvez as “mordidas” e os “gastos em campanha” não existiriam. Nossa conversa continuou amistosa e só foi interrompida pelo sol escaldante de 40 graus, na calçada da Benjamin Constant.
Compreendo o esforço do vereador Spohr e dos demais legisladores em agradar o eleitorado, mas penso que as coisas estão invertidas. Reside, justamente, nestes detalhes acima, minha discordância sobre o atual modelo ou prática legislativa. Tenho certeza que há vereadores que me acompanham nesta opinião.
Pessoalmente, considero o parlamento mais importante do que qualquer outro poder. Afinal, os vereadores são os legítimos representantes do povo. Os demais poderes – Executivo, Judiciário e MP – , são servidores. O papel de um legislador não é servir em serviços, mas de representar o cidadão no ofício de fiscalizar e legislar. Eis, onde começa a confusão.
Para a maioria dos vereadores, o papel não é esse. Pior, a população também acha que vereador é para prestar favores, executar serviços, realizar obras e por aí vai. Sugerir e pedir melhorias faz parte, mas não é o ofício principal.
Prestar serviços básicos e melhorias cabe ao Executivo. Ao Ministério Público é atribuída a tarefa de denunciar e, ao Judiciário, julgar.
Cada um nas suas prerrogativas legais e jurídicas que, na prática e ao entendimento popular, estão longe da real função.
Com isso, encerro minha última coluna do ano. Desejo que possamos ter mais resiliência, compreensão e racionalidade sobre o verdadeiro papel dos poderes constituídos e, principalmente, sobre a força popular no contexto democrático.
O Pro_Move serviu de lição para os envolvidos, inclusive, à própria Câmara que, pressionada pelo movimento social, foi sensível e se curvou ao desejo da sociedade.
Encerramos 2019 com acertos e desafios. Quem venha 2020!


As competências do futuro

Ninguém sabe direito como será o futuro. Mas fica cada vez mais notória a necessidade de se ter Pensamento Crítico, Flexibilidade Cognitiva, Execução Inovadora, Conhecimento sobre o Comportamente Humano e Criatividade.
No Negócios em Pauta de dezembro (ver matéria interna), os profissionais do futuro foram o tema dos quatro convidados. Ficou cristalino que não basta o conhecimento técnico ou tecnológico, mas o enredo de comportamentos necessários para compreender os diferentes modelos mentais das pessoas e da estratégia dos negócios. Sem esta estrutura de pensamento flexível e aberto, não participaremos do mercado de trabalho no futuro.


Política cidadã começa dia 2

Dia 1º inicia o calendário eleitoral de 2020. A Hora começa a série de reportagens sobre política e cidadania no dia 02 de janeiro. Inicialmente, a Redação prepara reportagem sobre o calendário e a cobertura eleitoral do Grupo A Hora, que terá pesquisas e debates durante o ano. A primeira matéria também traz o posicionamento editorial do A Hora, com as devidas normas e regras para funcionários e colaboradores, bem como sobre as relações com candidatos, partidos e assessores. O propósito é garantir aos leitores o máximo de transparência sobre o pleito.
 

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