Desafios do saneamento

Editorial

Desafios do saneamento

Saneamento básico é um das áreas onde o Vale do Taquari ainda tem muito a avançar. Ontem, uma nova perspectiva se abriu com a assinatura do protocolo de intenções entre o governo do estado e 18 municípios gaúchos, entre os…

Saneamento básico é um das áreas onde o Vale do Taquari ainda tem muito a avançar. Ontem, uma nova perspectiva se abriu com a assinatura do protocolo de intenções entre o governo do estado e 18 municípios gaúchos, entre os quais estão Lajeado e Estrela. Por meio de parcerias público-privadas, o objetivo é colocar em outro patamar a cobertura de esgotamento sanitário no RS.
Em nível nacional, a universalização do saneamento básico consiste em um dos temas que mais carecem de debates e políticas públicas. Estima-se que 48% da população brasileira ainda não têm coleta regular de esgoto. Trata-se de um debate fundamental para o desenvolvimento sustentável, bem como para a proteção dos recursos hídricos.
O quadro brasileiro é preocupante. Conforme dados do Instituto Trata Brasil, são cerca de 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada. Em todo o território nacional, foram despejados desde o início do ano o equivalente a mais de 5.650 piscinas olímpicas de esgoto não tratado diretamente no meio ambiente.
A precariedade do saneamento básico ainda consiste em um grave problema, que prejudica a saúde das pessoas, a evolução das cidades, o desenvolvimento econômico e social e o meio ambiente. Estudos apontam que, se o atual ritmo de investimentos nessa área for mantido, serão necessários 50 anos para universalizar os serviços de esgotamento sanitário no país.
A ausência de um sistema eficiente de saneamento coloca em risco, sobretudo, a saúde da população infantil. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que o assunto deve ser uma das principais preocupações governamentais para cuidados com a infância. Doenças como diarreia e malária estão entre as causas mais comuns de mortes de crianças entre 1 mês e 5 anos, e têm relação direta com o tratamento de esgoto.
Em um cenário de crise fiscal e penúria financeira, buscar alternativas para que o Estado consiga garantir avanços é uma questão vital. A possibilidade de formação de PPPs se apresenta como a saída mais lógica diante da incapacidade de investimento do Piratini. Que as concessões projetadas sejam capazes de proporcionar uma nova realidade para este setor tão sensível à sociedade.

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