A decisão do Legislativo de postergar a análise do projeto do Pro_Move e da liberação de incentivos da Rota da Inovação é um banho de água fria para diversas forças sociais. O projeto foi entregue no dia 5 de novembro para análise dos vereadores, mas surgiu bem antes, fruto do esforço entre empresários, universidade, sociedade organizada e poder público.
Até esse dia 25 de dezembro, nenhuma comissão havia analisado o texto. Resultado: a instituição da rota ficará para os próximos anos. E o pior, há risco de nem mesmo poder ser votada em 2020, devido à lei eleitoral que veda liberação de incentivos em ano de escolha dos novos mandatários.
A dinâmica da sociedade, ainda mais no campo econômico, exige medidas ágeis. Se adaptar ao mercado, conhecer as necessidades dos empreendimentos e dos clientes é a tônica dos novos negócios.
Toda essa velocidade na tomada de decisões tem como pano de fundo o espectro tecnológico. A transformação digital trouxe a necessidade de respostas mais rápidas, pois os anseios das pessoas estão em constante mutação.
Lajeado deu um passo importante para conhecer essa nova realidade e torná-la uma oportunidade. Uniu esforços de diversos setores. Por meio dessa conjunção, surgiu o Pro_Move.
Em tempo recorde se construiu um plano para o desenvolvimento econômico diante do ambiente tecnológico e inovador. Mas os trâmites políticos criaram uma barreira. Ela não é intransponível, pois todos os cargos eletivos são passageiros. Mas demonstra como vaidades afastam a possibilidade de criação de projetos coletivos.
O Pro_Move não é do governo de Lajeado. Não é da gestão Marcelo Caumo. Surgiu neste mandato, mas nasce de um pensamento cultivado faz décadas. A decisão dos vereadores que não deram andamento ao debate sobre a Rota da Inovação no parlamento mostra uma desconexão entre a função deles com os movimentos da cidade.
A iniciativa foi lançada em março. De lá para cá, quantos vereadores participaram das reuniões? Uma pergunta retórica, mas que faz pensar quais são as prioridades de cada um. A sociedade vê com cada vez mais ceticismo a função dos parlamentares. Há uma crise de credibilidade posta. Talvez o principal motivo seja justamente o interesse político acima das necessidades coletivas.
