Novas regras ameaçam atuação  de bombeiros voluntários na região

Bombeiros Voluntários

Novas regras ameaçam atuação de bombeiros voluntários na região

Portaria que entra em vigor no primeiro dia de 2020 cria exigências e determina fechamento de guarnições

Novas regras ameaçam atuação  de bombeiros voluntários na região

Uma série de normas definidas pelo governo do estado trazem preocupação às guarnições de bombeiros voluntários no Rio Grande do Sul. Entre as regras definidas pela portaria estão a extinção destes grupos em municípios com mais de 15 mil habitantes. Há também exigências em relação a equipamentos e treinamento.
Na análise de voluntários, as medidas ignoram características locais e podem comprometer o trabalho destas equipes, sobrecarregando os bombeiros militares.
As normas entram em vigor no dia 1º de janeiro de 2020 e extinguem os corpos de bombeiros voluntários, que passam a se chamar Serviços Civis Auxiliares de Bombeiros, entre outras mudanças.
No Vale do Taquari, são três corporações de bombeiros voluntários: Imigrante e Colinas (Imicol), Teutônia e Arvorezinha. A mais prejudicada seria a de Teutônia. Como o município tem população superior a 15 mil habitantes, a guarnição teria de ser fechada.

Mais de 20 unidades fechadas no RS

“A gente vê uma total tentativa de submissão de um sistema civil de associações a um sistema estatal. A gente preconiza que isso não é o correto. Não estamos tentando inventar a roda. É uma tendência em vários países do mundo”, afirma o vice-presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul (Voluntersul), Anderson da Rosa.
A associação busca apoio junto aos deputados estaduais. Foi criada uma frente parlamentar em defesa dos bombeiros voluntários. A ideia é criar uma regulamentação própria para este modelo de atuação.
De acordo com a Voluntersul, são cerca de 54 corpos de bombeiros voluntários no estado, sendo 42 filiados à associação. Rosa estima de 40% destes, cerca de 21, terá de encerrar as atividades com a vigência da normativa.

Aumento nas ocorrências

O bombeiros Imicol contam com 12 voluntários mais o Cão Valente, que foi resgatado de maus tratos pela corporação há cerca de quatro meses. A equipe se mantém com um orçamento de R$ 8 mil, repassados pelas duas prefeituras.
De acordo com o comandante Marcelo Ceppo, bombeiro voluntário faz 32 anos, os atendimentos mais que dobraram em dois anos. Em 2017, foram 64 atendimentos; em 2018, 98 atendimentos; e em 2019, já são 164 ocorrências.
“Se a gente fecha as portas, são mais 164 atendimentos por ano para Estrela”, analisa Ceppo. De acordo com comandante, o fechamento de parte das unidades afeta a todas indiretamente. Os diversos grupos espalhados pelo estado trocam informações e até mesmo equipamentos.

Moção de repúdio

A câmara de vereadores de Colinas vota hoje à noite uma moção de repúdio à portaria. De acordo com o texto, a norma “torna um atentado às comunidades gaúchas, pois irá restringir e em alguns casos impossibilitar os serviços prestados pelos Bombeiros Voluntários há mais de 40 anos no estado.”
Ainda segundo a moção, mais de 300 municípios gaúchos não têm unidade de bombeiros de nenhuma espécie.

O que prevê a portaria:

• Os bombeiros voluntários passam a ser Serviço Civil Auxiliar de Bombeiro;
• Cidades com até 15 mil habitantes podem ter este tipo de atendimento;
• Municípios entre 15 mil e 30 mil habitantes, terão Corpo de Bombeiros Militar Comunitário, que mescla civis e militares;
• Acima de 30 mil habitantes, Corpo de Bombeiros Militar.

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