A Emater passa por um processo de reformulação no estado. Desde o ano passado, um grupo de estudo atua dentro do governo estadual planejando uma nova forma de relação entre governo e Emater.
As mudanças devem incluir uma nova forma de contrato, substituindo o convênio por acordo de colaboração, mas pode ter alterações mais significativas.
Uma delas é a criação de um programa de demissões incentivadas. A ideia é demitir cerca de 300 funcionários que estão há mais de 30 anos na empresa. A redução deve se dar principalmente em atividades de gestão, diretoria e nos escritórios. As demissões dependem de aporte de recursos do governo do estado, para as indenizações.
De acordo com o presidente, Geraldo Sandri, as mudanças são necessárias para que a empresa caiba no orçamento em 2020. Sandri acredita que a reformulação não impacte o atendimento aos produtores.
“Nós precisamos deste ajuste porque temos uma previsão orçamentária deficitária para 2020. O que a diretoria propõe é um plano de saneamento para garantir a manutenção do serviço na ponta”, diz.
Cerca de 75% do orçamento da Emater é proveniente do governo do estado. Em 2019, o repasse teve uma redução de R$ 38 milhões em relação a 2018.
Preocupação no Vale
O assunto foi trazido à tona pelo vereador de Estrela João Braun (PP), após reunião em Lajeado, na última segunda-feira, 16, que foram apresentadas as ações desenvolvidas ao longo do ano.
Para o parlamentar, a redução deve impactar o desenvolvimento de municípios da região que têm na produção primária a principal força produtiva.
“Impacta não só o município de Estrela, que tem no agronegócio uma expressiva fonte de receita, mas em todo o Vale. Nós temos municípios que tem mais de 84% do retorno de tributos em cima da produção rural”, projeta.
“Prejudica e muito nossa região”
Para a presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini, uma redução no quadro de funcionários da entidade impacta a prestação de serviços juntos aos produtores rurais.
“A redução do quadro técnico prejudica e muito a nossa região”, avalia. Cintia destaca que, além do auxílio aos produtores em processos de gestão e técnicas de produção, a Emater faz uma ponte entre produtores e municípios na construção de políticas públicas para o setor.
O impacto de uma redução seria maior para os pequenos produtores, principalmente os que não estão em processo de integração.
“Não tendo a assistência adequada da Emater, nem os municípios nem os produtores têm condição de acessar essa assistência.”
MATHEUS CHAPARINI – matheus@joranalhora.inf.br