O transporte coletivo consiste em um tema estratégico. Impacta diretamente sobre a mobilidade urbana, com reflexos tanto aos usuários como a quem não utiliza ônibus.
Em qualquer localidade que se diz moderna ou “criativa”, um sistema arrojado de transporte público é determinante para o gerenciamento de uma cidade. Um modelo adequado permite reduzir congestionamentos, diminui a emissão de poluentes e acidentes de trânsito, além de proporcionar melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Por longas três décadas, a cidade de Lajeado esteve na contramão desse processo. Enfim, após consecutivas tentativas da municipalidade, um novo formato começa a ser desenhado. Ontem, foi aberta a licitação que definirá qual será o grupo responsável pelo serviço, estabelecendo critérios, valores e as bases do seu funcionamento para, pelo menos, os próximos 10 anos.
Estado e país afora, as críticas sobre os serviços de transporte coletivo são permanentes. Moradores reclamam com legitimidade da falta de linhas, atrasos, precariedade dos veículos, preço da tarifa, entre outros aspectos. As empresas responsáveis, por sua vez, têm limitações de viabilidade econômica para oferecer um modelo que atenda plenamente às expectativas.
Isso é resultado da inexistência de uma cultura de valorização do transporte coletivo, bem como de uma política pública inovadora de mobilidade urbana.
Não se pode esquecer que a sustentabilidade está atrelada à mobilidade urbana. Sistemas de transporte interferem tanto na poluição sonora quanto na ambiental, utilizam energia de fontes não renováveis, geram acidentes, saturam o trânsito e dificultam a circulação urbana.
A engenharia das cidades constitui um complexo sistema integrado que, em tese, deve proporcionar aos usuários acessibilidade a todos os serviços necessários para sua sobrevivência.
Após exaustivos debates junto à comunidade e na câmara de vereadores, começa a ganhar forma um novo e promissor modelo para a cidade mais populosa do Vale do Taquari.
