Polícias articulam estratégias frente à redução de efetivo

Segurança pública

Polícias articulam estratégias frente à redução de efetivo

Na BM, serão enviados 19 soldados para reforçar a Operação Golfinho. De acordo com o comando, é o menor efetivo dos últimos anos. Na PC, cinco agentes foram deslocados para o litoral

Polícias articulam estratégias frente à redução de efetivo

A tendência para os meses de janeiro e fevereiro é de aumento nos crimes de roubos, arrombamentos e até homicídios. Esse é a previsão do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) de Lajeado. O assunto foi debatido em reunião nesta semana.
 
Pelos indicadores criminais, se trata de uma situação cíclica. Envolve a questão de menos pessoas nas ruas, em especial à noite, famílias em férias que deixam as casas sem vigilância, e, quanto aos crimes contra a vida, ocorrem acertos de contas entre traficantes. Junto com esses movimentos, há ainda a redução no efetivo da Brigada Militar e da Polícia Civil.
 
Na PC, cinco agentes já foram deslocados para as operações de férias. Conforme o delegado regional, Sérgio Romaci Reis, a volta está dos policiais está marcada para 24 de janeiro. “Impacta sobre nossos serviços. Mas não vamos deixar de atender. Mas precisamos otimizar a mão de obra, pegando necessidades mais urgentes.”
 
Amanhã sai a primeira equipe de soldados da BM. De acordo com o responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), André Giuliani, serão quatro servidores. No dia 26 de dezembro, vão mais 15 policiais.
 
O cálculo para definição do deslocamento de efetivo é feito com base no quadro de cada comando. Como a BM do Vale atua com 50% do previsto, foi definido menor perda de efetivo. “Será o ano em que menos perderemos servidores que temos conhecimento”, afirma Giuliani.
 
Apesar do baixo efetivo, o oficial afirma que não haverá prejuízos à comunidade, pelo fato de ações estratégicas previstas. Entre elas, direcionar patrulhamentos para horários em que há maior quantidade de delitos e colocar nas ruas servidores responsáveis por questões administrativas.
 

Inteligência

O GGI é composto por integrantes das forças de segurança, Ministério Público, Defensoria Pública, sociedade civil organizada e administração municipal. Em reuniões mensais, são avaliadas as ocorrências, com dados específicos com relação a horário, local, dia da semana. Em cima dessas informações são criados planos de atuação intensiva.
 
De acordo com o secretário municipal de Segurança Pública, Paulo Locatelli, essa ação integrada tem auxiliado na redução dos índices criminais. Pelos dados, neste ano houve queda de 12% nos homicídios, de 46% nos assaltos a pedestres e de 61% no roubo de carros.
 

“O crime acontece quando há oportunidade”

 
Entrevista: Coronel André Giuliani. Comandante do CRPO desde setembro, Giuliani tranquiliza a comunidade e afirma: “não haverá impacto sobre o policiamento.” De acordo com ele, a mudança de critérios para encaminhamento de militares para a Operação Golfinho repercutiu de forma positiva para o Vale do Taquari.
 
Quais municípios da região que mais vão perder policiais? Os de pequeno porte, que tem quatro ou cinco soldados?
Os grandes comandos, da capital e da Região Metropolitana destacaram mais militares para a Operação Golfinho. No Vale do Taquari, vai ser equânime. Lajeado não terá mais do que três. Estrela dois ou três. Afirmo que o policiamento continuará o mesmo. Não haverá diferença.
 
Com relação a essa estimativa de um aumento no número de crimes durante as férias. Quais estratégias da BM frente a isso?
Os meses de janeiro e fevereiro são cíclicos. Há risco de crimes patrimoniais pelo fato das famílias estarem de férias. Também de assaltos a pedestres por haver menos pessoas transitando nas ruas. De nossa parte, já temos operações nas ruas, em especial na área central. Mantemos uma patrulha justamente para evitar furtos e roubos.
 
Vemos que no período de férias as pessoas também se descuidam um pouco da segurança. Então é importante manter vizinhos e amigos sabendo das saídas, para ajudarem na vigilância. O crime acontece quando há oportunidade.
 
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FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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