Ano após ano, a chegada do verão é motivo de preocupação para as regiões do interior na área de segurança pública. No período em que costumam crescer os índices de assaltos a pedestres, homicídios e arrombamentos, parte do efetivo local é transferida para o Litoral gaúcho.
Com uma quantidade de servidores já aquém do ideal, com cerca de 50 % de déficit em relação ao projetado para cada localidade, o desfalque fica ainda maior na temporada mais crítica para o setor. Neste ano, serão 19 integrantes da Brigada Militar e cinco agentes da Polícia Civil dos pelotões do Vale do Taquari para endossarem as estratégias voltadas para as cidades litorâneas.
Na dinâmica do cobertor curto, o receio quanto ao descontrole dos índices criminais nas áreas que cedem policiais é real. Em Lajeado, o gabinete de Gestão Integrada estuda medidas para amenizar a ausência de parte da corporação nas próximas semanas.
O uso da inteligência e o compartilhamento da informação qualificada tornam-se cruciais neste momento. A tática principal está baseada na melhor articulação entre todos os agentes responsáveis pela segurança, como policiais rodoviários estaduais e federais, agentes de trânsito, Ministério Público, defensoria, Susepe e entidades da sociedade civil organizada. A ideia central é apostar na unificação dos esforços para que a cobertura policial seja mais assertiva em meio à redução do efetivo.
Líderes do setor manifestam também a importância da recém inaugurada Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A unidade voltada a enfrentar o crime organizado promete elevar o nível das ações de segurança pública no Vale. Soma-se ainda a atuação do Pacto Lajeado pela Paz, que congrega as forças policiais e entidades diversas com enfoque nas atividades de prevenção e educação.
Diante das limitações orçamentárias e dificuldades do Estado em ampliar o efetivo policial aos patamares ideais, investimentos em inteligência e o empenho de organizações da sociedade civil têm feito a diferença para assegurar a relativa tranquilidade e qualidade de vida que o Vale ainda preserva. Neste período que se aproxima, essa lógica se torna ainda mais importante.
