A comerciante Tania Fiorini, 59, ingressou no grupo de voluntárias do Hospital Estrela há quatro anos. São cerca de 20 mulheres, que vão todas as segundas-feiras à instituição. Elas fazem artesanato, costura, tricô e outras atividades em prol do hospital. Ontem, doaram 11 poltronas para os leitos do SUS. Tania viu no voluntariado uma forma de se aproximar mais da irmã e de ajudar o próximo.
• Como começou seu envolvimento com o voluntariado?
Eu tenho uma irmã, a Vânia. A gente já ajudava as voluntárias antes de ingressar no grupo. Quando a minha irmã se aposentou e estava com síndrome do pânico, uma das atividades recomendadas era fazer um serviço voluntário, algo que fizéssemos juntas, para nos aproximarmos mais.
• Que atividades você desenvolve?
Eu participo do artesanato. Gosto de paninho, de costura. E outra atividade é o brechó. Pegamos roupas usadas, selecionamos e vendemos. Todo esse dinheiro que entra nós revertemos para o hospital. Compramos 11 poltronas para os acompanhantes do SUS. Em quatro anos, foram 30. Todos os leitos do SUS têm hoje poltrona para o acompanhante.
• Qual a importância do voluntariado para o hospital?
Nós nos sentimos muito honradas. Além das cadeiras já doamos ar condicionado, grades das camas, colchões. O hospital recebe pessoas de outras cidades. Quando os acompanhantes não têm dinheiro para o almoço, a gente também ajuda. Todo mundo trabalha muito bem porque a gente vê o resultado logo. A gente fala com os pacientes e eles reconhecem o quanto a gente tem ajudado a melhorar a vida de quem está lá. É muito gratificante.
• São tarefas que não têm retorno financeiro. De que forma você se sente recompensada?
Só de ver que uma pessoa conseguiu dormir bem do lado de um paciente já compensa. Estar no hospital já é muito ruim, estar em uma cadeira de plástico a noite toda é bem pior. Era um sonho, quando a gente se aposenta e tem mais tempo, poder fazer alguma coisa pelo próximo. Acabei fazendo um pouco antes de se aposentar.
• O que mudou em você depois do voluntariado?
Sempre procurei ver a necessidade dos outros. E hoje mais ainda no hospital. A gente vê como as pessoas penam, como tem coisa pesada. A gente tem mais é que agradecer. E um jeito de agradecer é trabalhar pelo que menos têm.