Reinaugurado no fim de novembro de 2017, o Aeródromo de Estrela segue subaproveitado. É bem verdade que não vive os dias de ociosidade de outrora. Mas também é verdade que o espaço pode render ainda mais à região se a pista suportar aeronaves maiores. O debate não é novo. Aeroportos – ou aeródromos – são debatidos desde a década de 50 no Vale do Taquari, e isso já foi alvo de disputa ferrenha entre Lajeado e Estrela. Mas a luta, hoje, é regional. E vale R$ 11,5 milhões.
Onze milhões e meio de reais é o valor orçado para a ampliação da pista de pouso e decolagem na Linha São José, interior de Estrela. O projeto elaborado pela empresa Baierle & Pocebon Engenharia, contratada pelo governo municipal, é amplo. Além de ampliar em quase 500 metros (chegando a 1.120 metros) e pavimentar a pista atual, a proposta sugere pavimentação nas vias internas e também em um novo acesso de quase um quilômetro entre o aeródromo e a ERS-129.
Há também uma preocupação maior com o ambiente natural. De acordo com o projeto assinado pelo engenheiro civil, Felipe Jacobs Pocebon, também está prevista uma estrutura conhecida por “Passa Fauna”, uma galera de dois metros de diâmetro para a passagem segura dos animais. A intenção do governo municipal de Estrela é incluir todos os custos no orçamento do Plano Aeroviário Nacional.
Para muitos, o aeródromo é mais uma porta para o progresso e novas relações comerciais. Eu concordo. Por outro lado, críticos alertam para possíveis problemas junto à área do aeródromo, especialmente pelo fato de estar a poucos metros do leito do Rio Taquari. E, diante disso, não mereceria tamanho investimento federal. São teses e projetos. Eu torço pelos investimentos projetados.
Novos presidentes
As câmaras legislativas da região programam as respectivas eleições. Nas principais cidades, o panorama para 2020 está quase definido. Em Lajeado, Lorival Silveira (PP) deve retornar ao plenário – ele está à frente da Sthas – e assumir a presidência da Mesa Diretora. Mas Waldir Gisch (PP) ainda corre por fora. Em Estrela, outro progressista pode assumir a principal cadeira legislativa: João Braun. O representante do PP formaria a Mesa com o MDB e o PTB.
O PP também deve ganhar a presidência da Câmara de Encantado. O vereador Diego Pretto, que foi candidato a Deputado Federal em 2018, é o favorito nesta reta final. Mas nada é 100% certo por lá. Em Arroio do Meio, Luís Both (MDB) deve mesmo vencer a disputa interna com Marcelo Schneider (MDB) e ser aclamado presidente pela base aliada e também pela oposição.
Já em Teutônia, e conforme acordo da base aliada, o vereador Hélio Brandão (PTB) deve assumir como presidente. No entanto, tal acordo pode não ser levado a sério por algumas siglas no momento do pleito. Há quem aposte em um movimento de oposição por parte do PP e do PDT para tomar a frente do Legislativo no último ano desta legislatura. Só em Taquari a decisão já foi decretada. Lá, Leandro Mariante (PT) foi eleito presidente para 2020.
São essas as cartas que estão na mesa neste dia 11 de dezembro de 2019. Para muitos o último ano da legislatura é o pior para assumir a condição de presidente. Em função do ano eleitoral, alguns critérios mais rígidos de exposição precisam ser observados por parte dos chefes do Executivo e Legislativo municipal. Para outros, “estar” presidente no mesmo ano da eleição é um palanque a mais para uma eventual candidatura à reeleição.
Cidadão Honorário
Em Sessão solene nessa segunda-feira, o promotor André Prediger recebeu título de Cidadão Honorário de Encantado. O título é auferido aos naturais de outros municípios, “em vista de relevantes serviços prestados à comunidade que o acolhe.” A proposição veio por meio de projeto de autoria do vereador Luciano Moresco (PT), aprovado por unanimidade na Câmara. Prediger é natural de Santo Ângelo e também já atuou na Comarca de Teutônia. Recentemente, ganhou mais notoriedade com o caso da suspensão do pedágio na ERS-129.
Diehl em Brasília
Secretário Parlamentar e Coordenador Regional do DEM, Felipe Diehl esteve em Brasília na segunda-feira. Ele visitou o Secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann, e na ocasião entregou o projeto de ampliação da pista do Aeródromo. Também encaminhou os pedidos por melhorias no modal aéreo do Vale do Taquari assinados pelo Codevat, Governo de Estrela, CIC-VT, Amvat, Consisa e 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS).
Mandado indeferido
O mandado de segurança impetrado pela empresa Turismo Barcellos para tentar barrar, outra vez, o edital de concessão do transporte coletivo público de Lajeado foi indeferido pela Justiça. Desta vez, o juiz Marcelo da Silva Carvalho não acatou o pedido e, a princípio, o processo licitatório será realizado no próximo dia 18. Entretanto, a empresa pode recorrer da decisão e, diante disso, a assessoria jurídica da prefeitura já prepara nova defesa junto ao TJ/RS.
13º deturpado
Bem em meio à sessão plenária de ontem, em Lajeado, e diante de grande público, uma cena melancólica. Onze de 15 vereadores assinavam um requerimento para solicitar o próprio 13º salário de 2019 – só Carlos Ranzi (MDB), Mariela Portz (PSDB), Sérgio Kniphoff (PT) e Sérgio Rambo (PT) não assinaram. Um mecanismo criado para garantir dignidade aos trabalhadores que cumprem intermináveis jornadas diárias jamais poderia ser deturpado dessa maneira.
Presidência da Amvat
Entre os prefeitos, e conforme antecipamos na semana passada, ganha força o nome de Marcos Martini (PDT) para assumir a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). O problema, reforço, é uma eventual candidatura à reeleição em Nova Bréscia. Caso isso venha a ocorrer, será complicado manter os dois planejamentos. A eleição ocorre amanhã, durante assembleia da entidade, em Anta Gorda.