Natural de Lajeado, Natália Schwingel, 32, é designer e especialista em estratégia de marketing digital. Desde 2017, participa de eventos de fisiculturismo no Brasil.
• Como o fisiculturismo mudou a sua vida?
Sempre amei o esporte. Comecei praticando atletismo aos 8 anos e aos 12 comecei a frequentar academia. Porém tive uma fase de afastamento após minha gestação, há 11 anos, onde tive depressão pós-parto e engordei quase 15kg. Em 2014, percebi a importância de voltar a ter uma vida saudável e o quanto o esporte era importante. Em 2017 decidi que queria algo novo para me desafiar e treinar com mais disciplina, foi quando comecei a olhar para o fisiculturismo com interesse e decidi me preparar para ser uma atleta bikini fitness.
• O que você mais gosta e menos gosta no fisiculturismo?
O processo e transformação. Todo o aprendizado e objetivos que qualquer esporte oferece. Amo poder inspirar pessoas, mostrar como o esporte pode transformar, não apenas o corpo mas principalmente a mente. O lado negativo fica por conta do preconceito que enfrentamos, principalmente nós mulheres fisiculturistas. A falta de apoio e incentivo de algumas pessoas e empresas também é bem chato.
• O que é mais difícil de manter: dieta ou treino, por quê?
A dieta, porque eu amo comer, assim como quase todos. Eu treino para poder comer e ser feliz (risos). Quando estou em preparação, conto os dias para poder comer um carmelito, uma pizza ou uma torta de bolacha da minha mãe. Essas coisas que a gente ama, mas precisa evitar quando se tem objetivos.
• Como é a sua preparação?
Minha preparação é de treino árduo. Dois a três por dia, sendo dois aeróbicos e um de musculação, dieta e repouso adequado.
• Quais as principais dificuldades que um fisiculturista encontra no Brasil?
Por se tratar de um esporte de alto investimento, acho que as maiores dificuldades são a falta de apoiadores e patrocinadores. Pois precisamos investir em toda preparação. Incluindo a dieta, mensalidade de academia, exames médicos, suplementação, cuidados estéticos e também o traje usado no campeonato. Como sou autônoma e uma atleta ainda amadora no esporte, preciso conciliar minha rotina de treinos e dieta com o trabalho, filho e demais obrigações para conseguir me sustentar, o que muitas vezes acaba dificultando o processo de preparação.
• Existe preconceito em relação à modalidade?
Bastante! Acredito que por ser um esporte um pouco novo no país e não tão comercial, poucas pessoas conheçam. Também pelo fato de eu ser mulher, existe uma certa exposição da imagem e uma cultura que ainda não apoia completamente algumas escolhas. O físico de algumas categorias femininas também gera um certo preconceito por ficarem masculinizadas. Porém a minha categoria tem como critério manter uma linha de definição muscular, mas preservando as características femininas. Muitas atletas são modelos de marcas de moda praia, justamente por serem bonitas de rosto e corpo.