Aos 27 anos e formado em Filosofia e Teologia, João Vitor Freitas dos Santos será o primeiro padre a ser ordenado nos 251 anos de história da Paróquia São José, de Taquari. A celebração ocorre no dia 20 de dezembro, às 20h. Oriundo de uma família com pouca vivência na comunidade católica, despertou o interesse pelo sacerdócio durante a adolescência.
• Em que momento de sua vida surgiu o desejo de ingressar no sacerdócio?
Na infância, nunca quis ser padre. Não passava pela minha cabeça. Com 14 anos, comecei a participar de um grupo de jovens em Taquari. Aos poucos, minhas dúvidas faziam sentido, com as respostas que a fé transmitia. Depois, com o tempo, comecei a ver como era a vida dos padres. Convivia bastante com os padres da Diocese de Montenegro. Entrei naquela fase de realizar testes vocacionais e pensava em uma profissão que me oportunizasse tempo de estar na igreja. Aí caiu a minha ficha. Quem sabe minha vocação não seja a de me dedicar totalmente à Fé?
• Como a família recebeu a notícia de que você ingressaria no seminário?
Apesar de ser Católica, na época em que eu comecei a participar do grupo, minha família não tinha muito essa vivência. No início, foi uma surpresa para eles. Acharam estranho. Depois que conheceram o seminário, para acompanhar como funciona, perceberam que era um ambiente normal. Com o tempo, entenderam que era algo importante para mim e se tornou algo natural. Hoje, meus pais e minha irmã estão bem mais presentes.
• Você é o primeiro padre a ser ordenado em Taquari. Como se sente neste momento tão importante para a Paróquia?
Para ser padre, não basta dizer “eu quero”. A Igreja precisa querer e eu tenho que estar apto. Quando faltava um ano para a conclusão do curso de Teologia, recebi a conformação do bispo de que eu seria ordenado. Venho me preparando há cerca de um ano. Está sendo muito bom. Mas não é um momento apenas meu ou da minha família. Em primeiro lugar, é uma celebração da comunidade. É a primeira ordenação que ocorrerá aqui. Estão todos muito motivados e envolvidos. É uma alegria grande estar vivendo isso.
• Os jovens estão menos envolvidos com a Igreja?
Se formos avaliar a história recente, a Igreja tinha uma voz forte na sociedade até os anos 60, 70. Hoje, se vive cada vez menos o catolicismo de tradição. Mas os jovens que hoje ingressam na Igreja não estão porque os pais participam. Não é mais esse o critério. É uma adesão livre e consciente. Foi isso que percebi na minha época de grupo de jovens.