O desafio de construir “Pequenas Cidades Inteligentes”

Opinião

Cíntia Agostini

Cíntia Agostini

Vice-presidente do Codevat

Assuntos e temas do cotidiano

O desafio de construir “Pequenas Cidades Inteligentes”

Neste mês de novembro participamos, juntamente com o colega professor da Univates, Leonel de Oliveira, e o prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup, da comitiva brasileira que fez uma imersão no ecossistema de inovação de Barcelona. Durante a semana, participamos do maior evento mundial que trata do tema de Smart Cities e tivemos a oportunidade de conhecer tecnologias e projetos focados nas cidades.
Em torno de 25 mil pessoas circularam por mais de 1000 estandes que ouviram mais de 400 apresentações no Congresso. Também fizemos inúmeras visitas técnicas, desde algumas estruturas do ecossistema de inovação @22 Barcelona, até a planta de Sistema de Coleta e Tratamento de Resíduos e o Porto de Barcelona. O tema central do evento era “Cidades feitas de sonhos” e a partir deste slogan o evento trabalhou cinco dimensões: transformação digital; ambiente urbano; mobilidade; governança e finanças; e, cidades inclusivas e compartilhadas.
Transversal a todas as concepões de cidades inteligentes está a perspectiva da qualidade de vida da sociedade. Assim, a qualificação e retenção de talentos; o futuro digital da sociedade; a identificação clara dos atores e seus papéis, sejam estes governos, empresas, universidades ou sociedade organizada; a sustentabilidade e resiliência; o tema do gênero; as políticas públicas e processos de participação; foram alguns dos temas destacados no evento.
Aspectos muito debatidos foram os ligados à sustentabilidade e às questões ambientais, com uma clara percepção de que alternativas tecnológicas estão sendo efetivadas e devem ser apropriadas pelo setor público e privado, para colocar à disposição da sociedade, de diversas formas, seja como um modelo de negócios ou políticas públicas.
Outro tema latente são as transformações digitais e a clara percepção de que o mundo é digital, mas que as tecnologias devem atender a sociedade e não somente a tecnologia vista como fim em si mesma. Para além disso, que as conexões das pessoas devem ser não somente tecnológicas e, sim, os espaços de conexões físicos devem ser mantidos, para as pessoas se conectarem com pessoas.
Por fim, o debate em torno das formas colaborativas de ação e como estas podem resolver problemas das cidades. No entanto, as discussões debatiam muito sobre grandes cidades como Nova Iorque ou Medellin e o nosso desafio é internalizar toda essa experimentação e trazer para nossas pequenas cidades e torná-las pequenas cidades inteligentes, que possuem problemas de origens, por vezes igual e por vezes distintos dos grandes centros. Ainda, como se apropriar das questões transversais que nos afligem no que tange às transformações digitais, os ambientes urbanos, que por vezes são urbano-rurais em nosso caso. O tema da mobilidade que já nos é muito saliente, as cidades inclusivas e compartilhadas e a governança pública e a participação social, como sim temas relevantes e que precisam de ação dos atores em cada um dos municípios. Sem copiar o que serviu a outros, mas experimentar a partir de conhecimento compartilhado. É assim que voltamos dessa imersão para debter e propor ações para nossas “pequenas cidades inteligentes”.

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