Reformas e redução de juros melhoram expectativa econômica
“No Brasil, o pior já passou. Após a maior recessão da história, o país começa a enfrentar problemas estruturais e a expectativa é de melhora”, disse o economista-chefe da Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs, André Francisco Nunes de Nunes, durante apresentação do balanço da entidade, na última terça-feira, em Porto Alegre. Ele apresentou os dados de 2019 e as perspectivas para 2020 ao lado do presidente Gilberto Petry, na presença de profissionais da imprensa gaúcha.
No relatório da Fiergs, o avanço das reformas e o enfrentamento ao déficit fiscal, somados à queda de juros, devem refletir na recuperação das atividades produtivas.
Embora a economia brasileira deva crescer apenas 1,1% em 2019, na opinião da Fiergs, há espaço para crescimento de 2% em 2020.
O Rio Grande do Sul cresceu pouco mais, muito pelas surpresas positivas da elevada colheita de grãos em 2018 e do bom desempenho da indústria de transformação no primeiro semestre.
Ainda que o desemprego diminuiu, a situação continua crítica, com 12,5 milhões sem emprego, 27,5 milhões de pessoas subutilizadas e 41,4 milhões na informalidade. Os números mostram que apenas 40% das vagas com carteira perdidas na crise foram recuperadas até agora.
Apesar dos dados ainda ruins em relação ao período anterior à crise, a expectativa positiva já ocupa o cotidiano dos empreendedores que, na opinião dos economistas da Fiergs, é um importante fator para a retomada dos investimentos no setor produtivo. A construção civil é uma das áreas que mais deve melhorar seu desempenho em 2020, o que refletirá em efeito cascata nos demais setores.
O que ainda falta para a economia deslanchar é dinheiro mais barato para investir. “Se todos só aplicarem dinheiro, ninguém vai a lugar nenhum”, observou Nunes, numa clara avaliação de que a economia só cresce quando o empreendedor resolve investir o seu dinheiro.
Quando questionado, o presidente da Fiergs também deixou a entender que apoia as reformas do governo gaúcho. Entende necessário encarar o déficit, sob pena de comprometer o restante de capacidades ainda existentes.
Com empresários mais confiantes, os bastidores já movimentam novos investimentos e planos para 2020. No entanto, a mesma confiança ainda não atinge os consumidores, muito por razões óbvas: a melhora ainda não é perceptível no seu bolso. A liberação de recursos do FGTS e o décimo terceiro salário neste fim do ano podem contribuir para esta confiança, o que será essencial para uma retomada mais robusta da economia.
Em linhas gerais – como disse o economista-chefe – o pior já passou. Daqui para frente é seguir as reformas, manter o juro baixo e criar ambientes favoráveis para investir. É o ciclo natural do empreendedorismo, único capaz de gerar riqueza entre todas as classes e setores.
Cenário no Vale do Taquari
O reflexo econômico positivo ou negativo se dá de forma semelhante em todas as regiões. Contudo, o Vale do Taquari experimenta um cenário mais otimista devido a sua diversidade da matriz econômica. Os movimentos de inovação e as parcerias público-privadas esboçadas especialmente nas principais cidades da região refletem um clima positivo, que encoraja os empreendedores.
Lajeado, por exemplo, a construção civil, as cooperativas e os novos negócios na área de TI e similares têm elevado a régua nos últimos anos. Os investimentos e o arrojo dos empreendedores locais fez a cidade se desenvolver e dissociar da crise política e econômica, apesar de alguns efeitos negativos que atrapalharam a aceleração.
Conversando com empresários de diferentes setores regionais, observa-se que a expectativa na retomada do crescimento começa a pautar uma agenda positiva em 2020.
Isso é excelente para todas as cadeias envolvidas, especialmente para o comércio e a prestação de serviços, muito fortes em Lajeado e cidades satélites.
A reforma que precisa ser feita está nas prefeituras e câmaras de vereadores. Este é um debate que teremos de fazer. Aliás, A Hora prepara uma série de reportagens para que uma agenda de reformas também possam ser implementadas nas cidades da região, a exemplo do que já ocorre no estado e país.
O objetivo final é gastar melhor o dinheiro público para fazer sobrar mais para investimentos e serviços à população.
Parabéns pelo avanço!
O Conselho Municipal de Cultura de Lajeado fez um trabalho exemplar para alinhar o Sistema Municipal de Cultura às normas estaduais e federais. As alterações legitimadas por um comitê eclético e independente, formado por diferentes profisisonais da cultura, já estão no Legislativo para serem apreciadas pelos vereadores.
Com a nova lei, haverá um fundo financiador para artistas locais, inclusive, com possibilidade para captar recursos a fundo perdido. Aos poucos, a cultura começa a ganhar atenção pública. Ganham todos, mas especialmente, os talentos. Parabéns!