Estado enfrenta um status quo corporativista histórico, instaurado ao longo de décadas, com aposentadorias generosas que sangram 11 milhões de gaúchos. Está na hora de mudar isso.
Historicamente, vimos e ouvimos profissionais públicos protestando contra os governos. Poucas vezes a população em geral fez por ela. Quase sempre são os grupos organizados que defendem interesses pontuais e tentam atrair a opinião pública a seu favor.
Fato é que a conta não fecha. Hoje, 11 milhões de gaúchos trabalham para sustentar uma máquina pública de 1 milhão de funcionários públicos, que consomem mais de 70% da receita, entre ativos e inativos. Talvez isso explique por que a maioria da população já não é sensível aos protestos, sejam eles legítimos ou não.
Qualquer empresa privada nesta situação estaria fechada faz tempo. Como trata-se do Estado, a complacência e a irresponsabilidade são perdoadas pelos órgãos fiscalizadores, e depois varridas por debaixo do tapete para o próximo que chegar. Uma triste inconsequência, para dizer o mínimo.
O ex-governador Sartori iniciou o movimento e o atual, Eduardo Leite, segue. A tentativa é uma só: salvar o Estado da falência completa, algo que se arrasta faz tempo. Exceto Yeda Crusius, nenhum governador anterior a Sartori e Leite se preocupou, verdadeiramente, com as contas do Piratini. Todos empurraram com a barriga. Sempre se valeram de algum “jeitinho”.
Agora, o tempo de arrumar subterfúgios se esgotou. A conta veio e quem vai pagá-la, mais uma vez, serão todos os gaúchos. Os funcionários públicos – ativos ou inativos – protestam pelas reformas. Muitos têm razão, mas os exageros escondidos nas entranhas dos três poderes continuam intactos. Pouco se fala. Eles não protestam, não se expõem e assim ninguém os invoca.
Muitas são aposentadorias imorais e injustas, quando comparadas à mesma função ou tempo de contribuição do trabalhador da iniciativa privada.
Diante do exposto, é preciso refletir: quem está na rua para protestar pelo trabalhador privado de um salário mínimo? Quem protesta pela falta de apoio do Estado para cuidar de sua saúde e da falta de acesso aos serviços mais elementares para este cidadão? Este não protesta por que sequer tem tempo.
Entrar no coro da vitimização é o costume da maioria dos políticos que já pensam na próxima eleição. O momento do Rio Grande e do Brasil é de REFORMAS. Caso contrário, não sobrará nem para pagar o parcelamento do funcionalismo, já que restante da população, pagadora de impostos, faz tempo que não vê a cor do dinheiro empregado nos serviços básicos.
Municípios serão os próximos
A cortina de fumaça já alcança as prefeituras. E logo comprometerá as contas dos municípios. Enquanto acharmos normal manter assessores para vereador, inchar o quadro de CCs e estimular generosos planos de carreira salientes aos da iniciativa privada, iremos ladeira abaixo.
No Vale do Taquari, os exageros escalam nas prefeituras e câmaras. Muitos municípios se aproximam do teto de gastos que é 54% de tudo que arrecadam. É lei. Ainda assim, um exagero para cidades pequenas e onde não há necessidade de estruturas tão pesadas.
A incoerência se impõe quando vimos municípios com tamanhos e características semelhantes gastando valores muito distintos. O despreparo e a irresponsabilidade do executivo se acentuam com a benevolência de legislativos fisiológicos que apenas desejam proteger seus salários e assessores em nome da democracia.
É assim que a banda toca. De tempos em tempos algum governador, prefeito ou vereador tenta mudar. Mas logo é crucificado pelo corporativismo instaurado e organizado para manter o status quo até o limite intolerável.
Me convidem para protestar, se for para diminuir o peso da máquina pública e fazer correções justas que possam equiparar minimamente os direitos dos cidadãos, e não apenas de algumas categorias.
Apesar de tudo, o movimento dos professores e demais servidores mal remunerados é justo. Mas é pouco inteligente quando só mira a crítica aos governos e não aos que realmente são a principal causa do problema.
Bolsonaro ou Leite, não importa. Eles foram eleitos para fazer as reformas que a maioria do povo brasileiro e gaúcho aguardam faz tempo. E assim estão fazendo.
Chega de fazer de conta ou jogar “para a torcida”. Isso nos levou ao estado deplorável atual. Aos prefeitos e vereadores cabe a mesma reflexão e, principalmente, atitudes enquanto for tempo.
Valores locais
Lajeado abre hoje o “Expresso Natal”, no Parque dos Dick. Um espetáculo com mais de 100 atores locais. Gente nossa estimulada pelo espírito criativo e empreendedor.
Aliás, a CDL Lajeado quer transformar o Natal em um grande acontecimento, inspirado no Natal Luz de Gramado. O evento de hoje é um bom começo!
Unidos pela inovação
Marcopolo, Randon, Soprano e Florense querem aportar R$ 8 milhões para um fundo de inovação na Serra gaúcha. A ideia é financiar projetos de startups por meio de um modelo compartilhado. A informação me foi confidenciada pelo Paulo Gohlen, da Soprano, durante o EmpreInove, no CTC. Em Lajeado, o Pro_Move ainda precisa avançar neste aspecto.
Cidade burra
Ao contrário das cidades inteligentes, Lajeado está permitindo à RGE instalar postes de concreto no meio das calçadas. O pedestre que se dane. O cadeirante, nem se fala. O empresário Léo Katz está enlouquecido com a falta de atitude para impedir tamanha aberração. Concordo com ele. Encher a calçada de postes é uma afronta à toda discussão para Lajeado ser uma cidade inovadora, com viés mais inteligente.