Nada está tão ruim que não possa piorar, reza o adágio. Lula livre é a materialização do ditado. Ao lado do Bolsonarismo livre, alimenta a polarização que já nos encaminha do nada para o lugar nenhum. A depressão política em que o Brasil se encontra tende a se aprofundar, com sério risco de uma convulsão. Quem duvida é louco.
O país paga e pagará a conta. E ela é alta. Sobre a decisão do STF já foi dito e redito tudo. Uma aberração. Os homens de toga entregaram um abacaxi nas mãos do Congresso, enquanto a decisão mais certeira deveria ter vindo deles.
A campanha eleitoral está longe de ser lançada, o que pressupõe que deveria ter acabado em algum momento. Nunca acabou. Bolsonarismo é campanha permanente. Lulopetismo, idem. E agora, mais do que nunca.
O ex-presidente ditará o ritmo daqui para frente. Ele sabe dançar essa dança. Já provou que não precisa estar elegível para escolher a música. Vai esticar a corda da beligerância — associando Bolsonaro às milícias, atacando o lavajatismo e batalhando pela anulação de suas condenações e, ao mesmo tempo, tentar se mover para o centro falando em combate à desigualdade.
Pensando bem, era tudo que o Bolsonarismo queria para continuar emplacando seu estilo. O discurso já está na pista. Uma aposta no sentimento antilulopetista para reproduzir circunstância radicalizada como aquela de 2018: a de união dos virtuosos contra o mal. Nada mudou. “Ou se fecha com Bolsonaro, ou a esquerda volta” — este é o discurso.
Os dois multiplicadores de inimigos só favorecem a fábrica do “nós contra eles”. É o vale tudo que não tem como dar certo. No meio dessa polarização, estamos nós e o Brasil cada vez mais divididos e desiludidos com o futuro.
O estilo traçado por Lula e Bolsonaro mais se assemelha a um roteiro psicótico do que de líderes capazes de conduzir o país a um patamar melhor ao atual.
Até a próxima chuva
Após os protestos de moradores, o Daer, enfim, fechou os buracos na ERS-421, no bairro Conventos, em Lajeado. A situação caótica foi amenizada a partir de uma clássica operação tapa-buracos. Na comunidade, fala-se que a durabilidade não passa de uma chuva. De fato, os mais de 40 buracos que se formaram na rodovia estadual mostraram que algo maior do que um simples tapa-buracos precisa ser feito para resolver o problema. De imediato, era o que precisava ser feito. Mas, que não termine por aí.
Atestados falsos?
Percebo um oportuno espaço concedido aos suplentes de vereadores na câmara de Lajeado. Ocorre que, segundo informações repassadas à coluna, alguns vereadores estariam buscando atestado médico “forçado” para não ficar sem o rendimento durante o período em que cedem a cadeira ao suplente. Ou seja, ganham o titular e o reserva. A confirmar essas situações – e as fontes são muito quentes, como se usa na linguagem jornalística – vereadores estão tirando a sociedade para boba e se mostram surdos diante do clamor por mais eficiência e responsabilidade com o dinheiro público. Era só o que faltava.
EM TEMPO: a coluna solicitou, ontem pela manhã, a lista de atestados médicos apresentados por vereadores lajeadenses nos últimos meses, a fim de comparar com os períodos de licença. O repasse das informações depende do aval da assessoria jurídica, informou a secretaria da câmara no fim da tarde.
E agora, José?
A eleição de Jair Bolsonaro provocou uma corrida em busca de filiação e de criação do PSL nas cidades onde ainda não havia a estruturação do partido. Aqui na região, não poucos políticos decidiram surfar na onda Bolsonarista e migraram para a legenda. Resta saber agora, com a saída do líder maior do partido, como ficam aqueles que pularam de galho afim de colar seus nomes e discursos visando 2020 em Jair Bolsonaro. Mais uma prova que partido político no Brasil é meramente decorativo.