O que te faz poeta?

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

O que te faz poeta?

Tem vezes em que eu esqueço de abrir a janela do quarto logo ao acordar. Não importa se chove ou se faz Sol, gosto de sentir a natureza entrando. Mas, na correria, que eu mesmo me submeto, simplesmente esqueço. Levanto e saio apressada sem tomar café.

No caminho de todas as manhã, ouço o canto dos passarinhos. Ou as gotinhas de chuva que dançam no guarda-chuva. Vejo o céu azul, ou as nuvens que se aproximam. Danço nesse compasso da vida. Que é poesia.

A própria poetisa Cora Coralina já dizia em seus versos: “Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir”. A vida é mesmo essa mistura toda dos sentimentos mais intensos das situações corriqueiras que não nos fazem perceber quantas histórias temos para contar.

Os poemas são esses espelhos do nosso coração. Ora entendíveis e claros, ora embaralhados e turvos. Mas belos. Mesmo quando há tristeza. A poetisa Adélia Prado descreve bem: “A vida é mais tempo alegre do que triste. Melhor é ser”.

Clarice Lispector sugere: “Tenha felicidade bastante para fazê-la (a vida) doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz”.

Poesia é o que a gente sente, sem firulas. Bom, talvez com algumas palavras inventadas. Mas também é com ela que podemos ser o que quisermos. Gosto desse gênero. Tem dias em que sou artista. Em outros sou bailarina. Quase sempre sou jornalista. E todo dia sou poeta. A vida nos faz poesia. Essa é a sua beleza.

Aí está a grandeza de deixar a natureza entrar pela janela, e observar o canto dos passarinhos. Por mais diferentes que sejam nossas rotinas, temos todos os dias motivos para escrever o que o nosso coração sente. O que me faz poeta é essa simplicidade. E para você? O que te faz poeta?

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