Futebol como linguagem universal

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

Futebol como linguagem universal

Dizem que o futebol é uma linguagem universal. Que não importa para onde você vá, sempre haverá alguém batendo uma bola. Que pessoas de culturas totalmente diferentes se entendem quando o assunto é o esporte mais 2019_11_08_Coluna_Caetano_1famoso do mundo. Quando viajo, sempre tento levar o futebol comigo. Ir a um jogo, visitar um estádio, ou simplesmente conversar com alguém sobre os times da região. Por isso, atesto que o futebol é sim, uma liguagem universal.

A tentativa de troca no Saara

Quando estive no Marrocos, em meio ao deserto do Saara (foto), vesti minha camisa da Seleção Brasileira. Fã de Marcelo que sou, usava o número 12 às costas. “Quer trocar?”, disse um morador local usando roupas típicas da região e apontando para a minha camisa. Era fã de Marcelo e da nossa seleção. Em uma região que mal energia elétrica possuía.


2019_11_08_Coluna_Caetano_2O motorista e o gol iluminado de Figueroa

A mais recente prova da linguagem universal que é o futebol ocorreu na última semana. Estive de férias no Chile. Em meio ao turbilhão de manifestações, paralisações, uma quase guerra civil e tremores de terra, estava o futebol. “De onde você é?”, me perguntou o motorista chileno da van na qual passeávamos. “Sou de Porto Alegre”, respondi. “Então deves conhecer o Figueroa, autor do gol iluminado que deu o primeiro título nacional ao Inter”, respondeu o mesmo motorista, orgulhoso ao falar do maior jogador da história do Chile, que é também o maior zagueiro da história do Inter.


Os chilenos de Inter e Grêmio

Diferente do povo brasileiro, simpático e aberto, o povo chileno é mais fechado. Dificilmente se abre para conversar com os turistas. Dentre muitos motoristas de Uber, o único que se abriu a uma conversa, o fez por um motivo: o futebol. Usava uma calça do Colo-Colo, maior clube do país. Perguntei como estava o time e como é a rivalidade com La U, a Universidad de Chile. “Colo-Colo é o maior, não há discussão”, respondeu, dizendo ainda que La U passa por uma crise e corre risco de rebaixamento. Quando falei que sou do Rio Grande do Sul, terra de Inter e Grêmio, ele logo respondeu “Sim, times de Aránguiz e Vargas”, citando os recentes chilenos que passaram por terras gaúchas. Isso é o futebol, uma linguagem universal.


Dica cultural

O livro “Escola Brasileira de Futebol”, de Paulo Vinícius Coelho, o PVC, é um resgate histórico sobre o estilo de jogo brasileiro ao passar dos tempos. Uma aula de história e tática contada nos menores detalhes. Conta desde os primórdios do esporte em terras tupiniquins até o raio X da derrota por 7 a 1 para a Alemanha.

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