O Conselho da Comunidade e o grupo Protetores Independentes dos Animais iniciaram em outubro o “ReabilitaCão – Casinhas que reabilitam”. Dentro do Presídio Estadual de Encantado, apenados são selecionados para construir casas para cachorros sem lar.
A ideia surgiu de ações semelhantes em presídios de Venâncio Aires e Pelotas, conta uma das integrantes do Protetores Independentes, Vitória Stürmer Bortoletti, 28. A ideia das organizadoras do projeto é distribuir as casas entre famílias carentes com animais e voluntárias que abrigam cães de rua.
Caso sobre produção, o grupo deverá vender as casinhas e utilizar os recursos para a compra de ração e castração dos animais abrigados na entidade protetora dos animais.
Os presos que participam do projeto ganham remissão de pena de um dia para cada três trabalhados. Além disso, há remuneração de R$ 10 em produtos de limpeza por casa casa construída. “O bom do projeto é que o preso se envolve e não fica só na cela. No futuro, ele pode usar esse conhecimento para adquirir um emprego”, destaca o chefe de segurança, Adriano Marques.
Com o projeto, o custo para a construção das casas é nulo para a entidade protetora dos animais, pois os materiais para construção das casas e produtos de limpeza são doados.
Trabalhar é melhor que ficar preso
A rotina de N.B, 56 anos e N.C, 44 anos, mudou para melhor após o projeto, garantem os apenados. “Ficar dentro de uma grade não tem lógica, trabalhar é muito melhor”, comenta N.C.
Para N.B, o projeto serve para pôr em prática o conhecimento adquirido nos 40 anos trabalhando como pedreiro e marceneiro.
“Me criei no meio dos bichos e é um prazer poder ajudar os animais. Quando sair daqui, quero trabalhar com madeira”, destaca.
Nos primeiros 15 dias de projeto, os presos já construíram mais de 10 casas. Eles torcem para que o iniciativa dê certo e possa ser executada por anos na casa prisional de Encantado.
FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br
