A paciência de moradores esgotou definitivamente. As chuvas das últimas semanas pioraram significativamente as condições da ERS-421, rodovia que corta o bairro Conventos. Buracos se multiplicaram em diversos pontos da via, principalmente nos arredores de estabelecimentos comerciais e de escolas.
O problema é antigo. Mas, nos últimos meses, tem causado cada vez mais transtornos. O descontentamento cresceu e resultou, no último sábado, em um inusitado protesto: a pintura e sinalização de cerca de 30 buracos. Até uma árvore foi plantada em um dos buracos.
O ato foi motivado após a queda de um motorista, que acabou quebrando a mão no acidente. “O rapaz entrou em um buraco e caiu. E, seguidamente, carros quebram as rodas. Quando fomos pintar os buracos, nos demos conta da quantidade que tem hoje”, relata a presidente do bairro, Celi Ulrich.
Celi se refere aos buracos como “crateras” e que a manifestação também foi como um grito de socorro. “Desde que assumi a associação, é sempre o mesmo problema. Ano passado até reformaram a via. Mas ficamos quase um ano sem manutenção”, comenta.
Os buracos mais perigosos encontram-se no acesso ao bairro Conventos; em frente à agência do Sicredi; nas proximidades do Colégio Sinodal Conventos e perto do campo do Estudiantes. Em alguns trechos, motoristas precisam fazer perigosos desvios, invadindo a pista contrária.
Trânsito pesado
Um dos motivos para as condições precárias da rodovia é o tráfego de veículos pesados. Hoje, ela não comporta o excesso de peso, já que muitos caminhões cruzam a via, tanto em direção a BR-386 quanto aos municípios de Forquetinha, Sério e Canudos do Vale.
“Precisaríamos de uma via mais reforçada. Mas só dão uma tapeada. E essa é a nossa via principal. Não se compara com nenhuma outra em importância”, lembra Celi. O começo da manhã, entre 7h30 e 8h, registra o maior fluxo de veículos, com caminhões enfileirados transitando pela estrada.
“Os clientes reclamam bastante”
A poucos metros do entroncamento da ERS-421 com o acesso à Avenida Benjamin Constant está a loja da comerciante Marli Ulsen Heimer. Ela, que se criou no bairro, convive há décadas com as dificuldades de trafegabilidade da rodovia. Bem em frente ao seu estabelecimento, estão alguns dos buracos mais perigosos.
“Os motoristas passam a lombada e precisam desviar. Dá cada estouro aqui. E com as chuvaradas, só piora a situação”, comenta Marli, que ouve constantes reclamações de clientes. “Uma amiga veio do Centro e me disse que isso aqui não é mais uma estrada, só uma buraqueira”, diz.
Outro comerciante, Maurício Blau, 57, defende a municipalização da rodovia. “Se o governo municipal, com certeza estaria bem melhor. Eles tem mais condições de investir”, acredita. Ele também cobra a construção de mais calçadas, dando maior segurança aos pedestres.
Preocupação para alunos
Uma das maiores escolas municipais de Lajeado, a EMEF Vida Nova também convive com a situação ruim da estrada, já que muitos pais levam seus filhos de carro à escola.
Além disso, segundo a diretora Vivian Zuffo, o tráfego de veículos pesados é uma preocupação constante, devido à grande