Hora da limpeza e de contabilizar prejuízos

Após a cheia

Hora da limpeza e de contabilizar prejuízos

Foram pouco mais de 24 horas de inundação. Suficiente para tirar mais de 100 pessoas de casas. Em uma chapeação no centro de Lajeado, quatro carros ficaram submersos. Proprietário calcula quase R$ 100 mil em perdas

Hora da limpeza e de contabilizar prejuízos

“Muito difícil. Ter que avisar os donos dos carros do que houve. É um prejuízo que vou ter que arcar. Não sei como, mas é minha responsabilidade.” A desolação do chapeador automotivo Eliel de Lima, 43, se deve aos quatro carros de clientes que ficaram na garagem. “Não consegui tirar.”
O mais difícil, lembra, foi avisar os donos. “É brabo. Infelizmente não tive o que fazer. Alguns estavam sem as rodas, pois eu estava trabalhando neles.” Haviam na empresa 15 veículos. Aqueles que ficaram, foram submersos pela água que invadiu a Av. Décio Martins Costa, em Lajeado. A água começou a subir por volta do meio-dia de ontem. Com a chuva intensa das últimas horas e o avanço da água vinda das cabeceiras, do Rio Carreiro e do das Antas.
O nível do Rio Taquari superou os 22,3 metros. Como resultado, ruas bloqueadas em Lajeado e Estrela, o acesso ao município de Colinas também foi interrompido devido a água. Também invadiu casas e obrigou a saída de que mais de 100 pessoas.
Conforme a Defesa Civil, 11 famílias foram para a casa de familiares e amigos. Outras 27 estão no Parque do Imigrante. Ontem, a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) São José/Praia foi até o abrigo oferecer atendimento de saúde às pessoas.
Moradora de área alagável, Clarice Pereira Lopes, 50, conta que o alerta da Defesa Civil chegou antes da água subir. Ao longo dos últimos 15 anos, enfrentou diversas enchentes. “Meu sonho é ser contemplada com uma casa em outro lugar”, desabafa.
Desde a manhã de ontem, o nível do Rio Taquari começou a baixar. Na última leitura, por volta das 20h, estava com 18,4 metros, mais de 5 metros acima do normal.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Heitor Hoppe, à tarde as ruas com pontos de alagamento já estavam desobstruídas. Na previsão dele, as famílias começam a voltar às suas casas a partir de hoje.

Trânsito interrompido

Não houve a necessidade de remoção de famílias, mas em função do transbordamento dos arroios Estrela e Boa Vista, 18 ruas e estradas municipais foram interditadas no Centro e nos bairros Alto da Bronze, Boa União, Cristo Rei, Imigrantes, Moinhos e Oriental, assim como a Estrada Nicolau Hoss, que faz a ligação das localidades de Novo Paraíso e São José.
Continuam interrompidas as ruas Pedro Balduino Finck, no Bairro Auxiliadora;  Princesa Isabel, Olinda Mallmann, Roque Afonso Hallmann e Mathias Petter Sobrinho, no Bairro Imigrantes, e a Rua Albino Francisco Horn, que liga os bairros  Alto da Bronze e Imigrantes. A Rua João Lino Braun, no Bairro Boa União, no trecho que faz a ligação com a Linha São José, também está interrompida ao tráfego. As águas já baixaram, mas a Defesa Civil interditou o local porque três postes da rede de energia ameaçam cair. “É uma questão de segurança”, ressalta o coordenador municipal de Defesa Civil, Sandro Bremm.
Segundo ele, a cheia também atingiu quatro poços artesianos da Corsan, localizados nos bairros Oriental e Moinhos (Loteamento Marmitt).

FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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