O Novembro Azul é uma iniciativa de conscientização para a necessidade de cuidados da saúde do homem. Focada inicialmente para as doenças da próstata, tem caráter educativo para a prevenção e diagnóstico precoce destas doenças, estendendo-se para os cuidados gerais de saúde.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo câncer mais comum entre os homens, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativas apontam que cerca de 17% dos homens desenvolverão a doença ao longo da vida. O risco aumenta com o avanço da idade. No país, a cada 10 homens com câncer de próstata, nove tem mais de 55 anos. Cerca de 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos.
Homens cujo pai, avô ou irmão tiveram a doença fazem parte do grupo de risco. Além disso, outros fatores como sobrepeso, obesidade, etilismo e tabagismo, também aumentam as chances da ocorrência do câncer.
Segundo o urologista Cláudio Luís Loureiro, o câncer de próstata é o tumor que afeta uma glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal pelo qual passa a urina, ao sair da bexiga. Em fases iniciais, a doença pode não apresentar sintomas. Mas, quando apresenta, em geral já está em estágios mais avançados.
Os sintomas mais comuns são: dificuldades para urinar, demora em começar e terminar de urinar, sangue na urina, diminuição do jato urinário e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite.
Cuidados
Para a detecção precoce do câncer de próstata é importante que o homem faça um exame de PSA (sangue) e um exame de toque retal, anualmente, a partir dos 45 anos. Entretanto, pacientes com histórico familiar de câncer de próstata devem começar aos 40.
Segundo Loureiro, no exame de toque retal, o médico avalia o tamanho, forma e textura da próstata. “A presença de um nódulo palpável é a principal suspeita de que possa haver câncer de próstata”, destaca. O exame que confirma o diagnóstico da doença é a biópsia.
Tratamento
O urologista explica que a cirurgia ainda é considerada a principal forma de tratamento do câncer de próstata. Depois do procedimento, são feitas radioterapias e quimioterapias. “Às vezes só as quimioterapias bastam para o tratamento”, destaca.
Quando a doença já está em estágio avançado, é feito um bloqueio hormonal como forma de controle. O médico explica que, durante o tratamento, a função sexual do homem pode ser afetada ou prejudicada. Mas, fora do período de recuperação da cirurgia, ele pode manter relações sexuais normalmente.
“Cada caso deve ser avaliado individualmente, e as formas de tratamento devem ser discutidas com o paciente, para que ele participe também das decisões em relação à sua saúde”.
Saúde geral do homem
Segundo o urologista Douglas Bohnenberger, culturalmente os homens costumam realizar menos exames médicos do que as mulheres. Geralmente tomam a iniciativa quando já necessitam de alguma orientação terapêutica.
“O risco de doenças mais graves não é constante ao longo da vida e não é igual entre as pessoas. A frequência dos exames deve ser determinada junto com o médico com base no risco determinado”, destaca Bohnenberger.
Mas os bons hábitos de saúde são indicados para todos. Entre os fatores que ajudam a manter a qualidade de vida do homem estão a alimentação saudável, peso corporal adequado, prática de atividade física regular, diminuir o fumo e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
“Buscar e cuidar de bons relacionamentos também são importantes para a felicidade e integridade da saúde física e psíquica do homem”, ressalta o especialista.