Avanço da sífilis alerta  serviços de saúde

EPIDEMIA

Avanço da sífilis alerta serviços de saúde

Conforme o Ministério da Saúde, diagnósticos cresceram quase 30% em um ano. Profissionais da área atribuem aumento ao maior acesso da população aos testes rápidos. Já a OMS alerta para epidemia de DSTs na era dos aplicativos de encontros

Avanço da sífilis alerta  serviços de saúde

De janeiro a agosto, Lajeado teve 385 diagnósticos de sífilis por meio do teste rápido. Em oito meses, o número já é superior a todo o ano passado, quando os serviços de saúde do município contabilizaram dez casos a menos.
Essa é uma amostragem do que o Ministério da Saúde considera uma epidemia no país. Segundo boletim nacional divulgado no dia 23 deste mês, foram notificados mais de 158 mil casos de sífilis adquirida (transmitida de uma pessoa para outra durante a relação sexual) em 2018.
Representa 28,3% mais do que o ano anterior. A sífilis é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns globalmente, e o aumento no número de casos aponta para a consolidação de um cenário de epidemia.
A região sul, contabilizando os três estados (Paraná,2 Santa Catarina e Rio Grande do Sul), tem 23,3% dos casos no Brasil. Só perde para o sudoeste em contágios, responsável por mais de 45% dos diagnósticos.

Mais informação e mais testes

Desde 2012, diz a enfermeira do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Lajeado, Cândida de Paoli, a rede pública ampliou os testes rápidos para o diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Antes disso, era obrigatório apenas para gestantes. “As pessoas não sabiam que tinham a doença, e se tratavam para outras patologias”, conta. Nestes anos, para outros pacientes fazerem o teste, era preciso ir ao médico e solicitar o exame.
De acordo com ela, a sífilis pode ser assintomática. “É uma doença silenciosa. Dá os primeiros sintomas com uma ferida que não dói e regride sozinha. Então a pessoa acha que está curada.” Com os testes gratuitos de ISTs na rede básica houve aumento no diagnóstico, acredita.
Junto com isso, há também uma questão comportamental. A vida sexual começa cada vez mais cedo, frisa.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger, fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta, orienta a enfermeira. O não tratamento da sífilis pode levar a várias outras doenças e complicações, inclusive à morte.

FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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