Minha história com o cachorrão do Carmelito e Beto

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Minha história com o cachorrão do Carmelito e Beto

Iniciamos hoje, neste espaço, um projeto especial para contar vivências que fazem parte da trajetória da empresa Carmelito e Beto, fundada em 1972. Casais que se encontraram na fila de pedidos, ex-alunos do Castelinho que, na hora do intervalo, tinham…

Minha história com o cachorrão do Carmelito e Beto

Iniciamos hoje, neste espaço, um projeto especial para contar vivências que fazem parte da trajetória da empresa Carmelito e Beto, fundada em 1972. Casais que se encontraram na fila de pedidos, ex-alunos do Castelinho que, na hora do intervalo, tinham o local como ponto de encontro, amigos que, há anos, reservam um horário para juntos saborearem o lanche. Histórias engraçadas, emocionantes, afetuosas, hilárias, românticas, ou até mesmo vivências que podem ser analisadas como lições de vida, semelhantes à narrativa que apresento a seguir. Sim, eu também tenho uma história para contar aqui.
Não recordo mais o motivo que nos trouxe até a cidade de Lajeado. Imagino que meu mano e eu tínhamos consulta com o dentista e o “carmelito” deveria ser a recompensa, caso mostrássemos bom comportamento no consultório. Sentados no banco da Praça da Matriz, esperávamos nosso pai comprar o lanche. Ele pediu que cortassem o pão ao meio: deu uma parte para mim e a outra para o meu irmão. Também alcançou uma garrafinha de guaraná, que fomos orientados a repartir amistosamente. O fato é que, lá no interior, na pequena comunidade de Rui Barbosa (Canudos do Vale), um marketing boca a boca havia se espelhado pela comunidade. Quem visitasse a cidade não devia deixar de comer o saboroso cachorro-quente da praça. Ainda consigo visualizar o ar de satisfação que o pai exibia enquanto nos observava. Devia sentir aquela agradável sensação que a gente sente quando faz alguém feliz. Na minha ingenuidade infantil, nem me dei conta de que ele estava ali como mero observador, apesar de sua predileção por esse tipo de comida, o que fui saber anos mais tarde.
Para seguir a história e mostrar a graça da coisa em si, preciso contar que, há 25 anos, laços matrimoniais me uniram à família Becker Delwing. Por conta disso, muitas foram as vezes em que, depois da limpeza do trailer, nos sábados à tarde, repeti o gesto de saborear um “carmelito” naquele mesmo banco, situações em que a cena da infância, relatada no começo desta história, me visitava com nitidez. Dentro das memórias, o entendimento de que, naquele dia, meu pai ficara apenas olhando a gente comer o lanche, porque não podia gastar o dinheiro, tão difícil de juntar na labuta diária da roça. Mesmo que tivesse fome ou apetite, era capaz de renunciar, era preciso sacrificar-se.
Aliás, a palavra sacrifício é muito interessante. Vem do latim e significa tornar-se sagrado para o outro. Foi o que aconteceu naquele dia. Para mim, a atitude do meu pai serve como referência de conduta no sentido de mostrar que generosidade não consiste em dar ao outro aquilo que você não quer mais. Generosidade é doar algo que você gosta, que você valoriza, e que talvez desejasse para si, mas que é capaz de renunciar, porque, para o outro, aquilo será de grande valor.

Relato de Dirce Becker Delwing – escritora, jornalista, psicóloga, psicanalista clínica.

Tem uma história para contar sobre o Carmelito e Beto? Deixe seu contato no e-mail carmelitoebeto1972@gmail.com, ou no Whats (51) 998059336.

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