Professores compartilham experiências

vencedores do 1º ciclo

Professores compartilham experiências

Cinco educadores embarcaram em viagens para instituições de ensino da Colômbia e da Bahia. Na bagagem, enriquecimento pessoal e profissional. Entre as diferenças nos métodos de educação, destacam a importância da relação docente e aluno, o amor pela busca do conhecimento e vontade de fazer a diferença na sociedade

Professores compartilham experiências

Os vencedores dos prêmios principais do primeiro ciclo do Programa de Ensino e Educação (PENSE) tiveram uma semana de intercâmbio para instituições de ensino. Dos cinco, dois foram para a Universidade Uniminuto, em Bogotá, na Colômbia, e os demais para a Uniages, na Bahia.
As viagens ocorreram do dia 30 de setembro até o dia 5 de outubro. Conhecer novas culturas e ter experiências com acadêmicos de outros países e de outros estados proporciona crescimento profissional e humano, afirmam os docentes.
Para eles, o destaque conquistado no PENSE é a confirmação de que há muitas iniciativas importantes desenvolvidas nas escolas do Vale.
O PENSE foi idealizado pelo Grupo A Hora e conta com o apoio da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), da Univates, do Centro Regional de Oncologia (Cron), da cooperativa de Crédito Sicoob Meridional e do Instituto Dale Carnegie.

dasdsadImersão do Vale na Colômbia

Os professores Gilsomaro André Steiger e Isolde Maria Villa Brust passaram seis dias em Bogotá. “Foi uma experiência incrível. Apesar te eu ter pesquisado sobre a Colômbia, o clima, a cultura, a própria universidade, nada se compara a vivenciar tudo isso”, diz Isolde.
Docente da rede pública estadual, ela leciona em três colégios públicos. Dois na periferia de Lajeado. “Os professores colombianos têm problemas semelhantes em termos de desvalorização salarial e da própria educação. No entanto, contam com mais reconhecimento da sociedade”, compara.
Ao sair às ruas, parar em um café ou restaurante, pode-se confirmar essa análise. “As pessoas ficavam admiradas: ‘oh, és docente brasileña!’. Todos eram muitos simpáticos e nos tratavam com muito carinho. E não era algo forçado, dava para ver que eram assim com todos. Há muito respeito entre as pessoas”, conta.
De tudo o que vivenciou, alguns aspectos podem ser adaptados aqui. “Principalmente a humanização, também os valores de respeito, de empatia, de igualdade.”
Gilsomaro Steiger confirma as impressões da colega. De acordo com ele, a hospitalidade do povo colombiano foi tocante. Na viagem, esteve em três escolas administradas pela Uniminuto. “Foi uma oportunidade também de representarmos o Vale do Taquari e as nossas escolas, em especial as de Arroio do Meio, onde trabalho.”

xz“Estou onde queria e sou quem gostaria de ser”

Quando estava a mais de três mil metros de altitude, na visita ao cerro de MontSerrate, a professora Isolde relembra: “tocava uma música linda, um padre começava a missa e nós caminhávamos pelas trilhas em meio a mata.”
O ambiente era como se já tivesse visto, ou melhor, imaginado. Era como nos livros de Gabriel Garcia Marquez, relata. “Eu me emocionei e tive a certeza de que estou onde queria e sou quem gostaria de ser. Como professora e como pessoa. Toda a experiência na Colômbia me deu mais vontade de fazer a diferença para os alunos.”
Para ela, o PENSE representa um estímulo aos profissionais, para mostrar as atividades trabalhadas em aula. “Escolhi ser professora e gosto do meu trabalho. O PENSE vem para valorizar a educação e a atuação dos docentes.”
Já para Gilsomaro Steiger, o programa é a chance para professores, escolas e alunos elaborarem pesquisas a partir de problemas e lacunas vividas nas comunidades.

Uma caravana do Vale na Bahia

Os intercâmbios nacionais uniram Ana Elisa Osterkamp (da escola Estadual Gomes Freire de Andrade, de Teutônia), Daniele Cristina Danieli (da Pedro Albino Müller, de Sério) e Fabiana Spohr Carpin (da Ipiranga, de Colinas). Formaram um grupo para, juntas, acertarem detalhes da viagem de uma semana para a Uniages, da Bahia.
Com nove polos, a instituição tem como característica desenvolver trabalhos voltados à comunidade. A metodologia ativa faz do aluno o responsável pelo seu conhecimento. Os professores são mediadores desse processo.
Esse é um dos aspectos que mais chamou atenção da professora Ana Elisa foi a metodologia de ensino. Começa na Educação Infantil e vai até a graduação. “Os alunos leem mais, saem mais críticos. Eles interagem e constroem o conhecimento. Foi uma experiência incrível”, diz.
“Os estudantes são muito questionadores e tem uma grande bagagem de leituras. Também percebi que há muita inclusão, harmonia e respeito às diferenças”. A análise da professora Fabiana se refere aos estudantes do Ensino Fundamental. “Foi incrível. Aprendemos muito e poderemos aplicar isso no dia a dia”, resume Fabiana.

“Desfiz pré-conceitos do Nordeste”

Daniele, de Sério, ficou impressionada com a qualidade do ensino da Uniages. As atividades dos cursos de Letras, Física, Química, História e Biologia. “Chamou atenção a formação dos docentes. Vários com duas ou três graduações. Com mestrado, doutorado. É uma mostra de como valorizam a educação.”
Muitos deles, lembra, eram jovens, com uma média de 30 anos. Esse contato também provocou uma mudança na professora. “As pessoas são muito simples e passam muita dificuldade, em especial devido ao clima. Mas nem por isso perdem o entusiasmo. Desfiz pré-conceitos que tinha com o Nordeste.”

FILIPE FALEIRO – filipe@hornalahora.inf.br

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