Sem-terras ocupam antiga área da Fepagro

Taquari

Sem-terras ocupam antiga área da Fepagro

Ação que começou por volta das 5h da manhã desta quinta-feira, tem por objetivo reivindicar terras para a Reforma Agrária

Sem-terras ocupam antiga área da Fepagro

Desde às 5h da manhã desta quinta-feira, cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, por tempo indeterminado, uma área de cerca de 460 hectares onde funcionava a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) — Centro de Pesquisa Emílio Schenk, de Taquari.
Os sem-terras chegaram das regiões Norte, Serrana, Vale do Taquari e Metropolitana. Segundo o Movimento, o objetivo da ação, que ocorre pela terceira vez desde 2014, é reivindicar aos governos estadual e federal a área ocupada e outras da Fepagro para a Reforma Agrária.
Os sem terras alegam que essas áreas estão desativadas, uma vez que a Fundação, que fazia pesquisas sobre produção agropecuária, vegetal, animal e derivados, foi extinta por lei pelo ex-governador José Ivo Sartori (MDB).
Conforme os acampados, próximo da ocupação já há um assentamento do MST desde 1987. Antes da Reforma Agrária, esse território pertencia ao Estado e parte dele também foi destinado posteriormente a campos da Fepagro.
Com a ocupação, eles reivindicam essa parte da Fundação para desapropriação. O objetivo dos trabalhadores rurais é investir na produção de alimentos e garantir uma vida digna no campo.
Por meio da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual da Agricultura, o governo estadual respondeu que está averiguando os dados sobre o terreno.

Para saber

O Centro de Pesquisa Emílio Schenk foi criado em 1929 como Estação Experimental de Pomicultura, sendo posteriormente denominado Estação Experimental Fitotécnica de Taquari e Fepagro Fruticultura.
Foi pioneiro e desenvolveu diversas pesquisas, ações de fomento e ensino principalmente na área de citricultura. Chegou a possuir mais de 500 variedades citrícolas em sua coleção. A área total do centro alcançou 867 hectares.
No ano de 1994 incorporou a área do Parque Apícola de Taquari, que foi pioneiro na apicultura racional no país, através das pesquisas de Emílio Schenk. Passou a contar também com pesquisas nas áreas de sorgo, mandioca e agroprocesso, contando com coleções de variedades destas culturas.
Durante o governo de José Ivo Sartori foi extinto por lei.

Giovane Weber – weberjornalismo@gmail.com

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