Outubro Rosa: a prática de atividades físicas regulares e a redução de casos de cânceres

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Outubro Rosa: a prática de atividades físicas regulares e a redução de casos de cânceres

Apresentado por Água da Pedra   A associação positiva entre a prática regular de atividades físicas e a redução de casos de cânceres está tão documentada pela ciência que já caiu no senso comum. Um bom condicionamento é sinônimo de…

Outubro Rosa: a prática de atividades físicas regulares e a redução de casos de cânceres

Apresentado por Água da Pedra
 
A associação positiva entre a prática regular de atividades físicas e a redução de casos de cânceres está tão documentada pela ciência que já caiu no senso comum. Um bom condicionamento é sinônimo de proteção – e esse é o recado que quero deixar aqui.
O surgimento de tumores é um grande desafio para a medicina. Mesmo que seja uma enfermidade com causa multifatorial, por que motivo não tentar todas as formas de evitá-la? Sabemos que a cura é possível, mas ninguém deseja passar por essa experiência. A atitude mais inteligente é mesmo a prevenção, que inclui exames de saúde regulares e a adoção de hábitos saudáveis – e aqui chego à área que é mais do que minha profissão, é a minha vida: a atividade física.
No caso do câncer de mama, a prática é decisiva para o equilíbrio dos níveis hormonais (fatores ligados ao surgimento e ao avanço da doença) e da insulina (que impacta em quadros inflamatórios). O mais interessante é que os exercícios regulares influenciam positivamente os outros hábitos igualmente defendidos como importantes para a saúde. Entre eles, estão: evitar o consumo de bebidas alcoólicas, melhorar a qualidade da alimentação, manter o peso corporal e incluir no dia-a-dia formas de reduzir o estresse. Mexer o corpo de forma adequada e consistente é em si uma ótima decisão para a saúde e é, ao mesmo tempo, um potencializador de todas essas outras decisões.
Quem se dedica a uma atividade física regular, e muito mais as pessoas que treinam, acaba naturalmente se afastando do álcool, deixando esse tipo de bebida apenas para momentos especiais mesmo. Semelhante raciocínio vale para as refeições. Quando a gente começa a curtir uma atividade física ou um treino, logo em seguida começamos a cuidar mais da alimentação, porque os efeitos positivos no corpo são rápidos e muito evidentes. Hoje em dia, treinador e nutricionista praticamente trabalham juntos – e, se a ideia é manter o peso corporal adequado, não tem dupla melhor do que essa.
Já o estresse, esse monstro à espreita de todos nós e bastante associado a quadros inflamatórios, pode ser combatido com uma boa dose diária de endorfina. A endorfina é considerada um analgésico natural capaz de reduzir a ansiedade, aliviar tensões e sendo até recomendado no tratamento de depressões leves. A produção e a liberação dessa substância acontece durante e depois de uma atividade física.
Os efeitos bioquímicos num corpo que se mexe são fortes argumentos para defender a prática regular de atividade física. E isso é tão poderoso que se torna bem-vindo em pacientes que estão lutando contra a doença e como forma de evitar a reincidência. A medicina não só aprova como incentiva o exercício adequado para pacientes oncológicos e para quem venceu a doença, muito por causa dos efeitos positivos para a fisiologia daquele corpo, mas principalmente pela capacidade que o esporte tem de desenvolver a autoconfiança. Atividades esportivas dão a essas pessoas a sensação de que elas mesmas estão contribuindo para a cura, e que não dependem passivamente da ação exclusiva do medicamento.
Cabe citar aqui uma iniciativa na área do triathlon que é um exemplo desse empoderamento entre mulheres que superaram o câncer (de mama, principalmente).
O Team Phoenix é uma iniciativa do Aurora Research Institute de Milwaukee, nos EUA, que proporciona a sobreviventes de câncer um programa de 14 semanas de treinos para um triatlo de sprint (750m de natação + 20k de ciclismo e 5k de corrida). A ideia, financiada por doações, foi do cirurgião oncológico da mama (e triatleta amador) Judy A. Tjoe. No primeiro ano, o grupo tinha 13 participantes. Atualmente, mais de 50 mulheres integram cada temporada. Desde 2011, já foram beneficiadas 250 pacientes. O programa inclui planos de treinamento personalizado para cada mulher, além da supervisão de médicos, fisioterapeutas e enfermeiros. As pacientes são monitoradas, e as informações de saúde coletadas durante todo o processo apoia uma série de estudos relacionados ao câncer.
A “revolução” protagonizada pelo comprometimento com o nadapedalacorre se dá porque muda a visão que elas têm sobre si mesmas. Enquanto essas mulheres vencem barreiras físicas, estão destruindo também padrões psicológicos negativos. O estigma em torno do câncer e da imagem corporal é removido por meio de feedback positivo, educação e apoio.
Tomara que existam muitos outros exemplos desse tipo por aí – para nós, educadores físicos, é muito emocionante impactar positivamente a vida das pessoas.

Por Frank Silvestrin, triatleta profissional, treinador e representante brasileiro no Mundial de IM do Havaí

@franksilvestrin

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