A situação dos professores brasileiros é uma das mais complicadas no planeta. Muito se fala da necessidade de maior valorização salarial e melhores condições de trabalho. No entanto, a constatação é feita faz décadas e pouco se avança no sentido de colocar a educação e os educadores no centro de uma estratégia para o futuro da nação.
Pelo contrário, em meio à crise financeira vivida pelos entes federados e a histórica falta de prioridade dada pelos governos para a área, percebe-se que ser professor no Brasil é uma missão cada vez mais difícil, especialmente no setor público.
Escolas precárias, salários insuficientes, atrasados e parcelados. Para agravar o quadro, estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre violência em escolas coloca o Brasil no topo do ranking de agressões contra docentes. Mesmo que no RS o problema ainda não esteja tão evidente, casos se multiplicam país afora.
Fenômeno sintomático desse processo de desvalorização e desrespeito é a diminuição na procura pela profissão, por exemplo, nos cursos de magistério. De acordo com dados do Ministério da Educação, apenas 2% dos jovens formados no Ensino Médio optam por ser professores. Esse é um dos temas abordados na reportagem das páginas 6 e 7 desta edição.
O momento do ensino inspira cuidados. Uma das profissões mais nobres tem cada vez menos interessados. A importância do professor está em todas as atividades. Muitos fazem o
papel de pai, mãe, psicólogo. Assumem responsabilidades que ultrapassam as salas de aula.
Uma sociedade melhor depende da educação. O conhecimento é fundamental para se ter indivíduos atuantes, críticos e preparados para a construção de uma comunidade mais justa, fraterna e igualitária. Reverter esse quadro é possível. Para tanto, é fundamental a união da sociedade organizada, com uma cobrança constante e permanente sobre as autoridades políticas.
Foi com essa convicção que o Grupo A Hora lançou no ano passado o Programa de Ensino e Educação Solidário (PENSE), cujo objetivo principal é enaltecer a figura do mestre e colocá-lo no seu devido lugar: o de protagonista.
Editorial
Muito a homenagear, pouco a comemorar
A situação dos professores brasileiros é uma das mais complicadas no planeta. Muito se fala da necessidade de maior valorização salarial e melhores condições de trabalho. No entanto, a constatação é feita faz décadas e pouco se avança no sentido…