Quem  são eles?

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Quem são eles?

Um grupo seleto de diferentes gerações mostra que a história de uma região tem o valor que sua gente dá à cultura e à arte
Eles têm seis, 15, 50 ou 90 anos. São os escritores do Vale do Taquari que, na Feira do Livro de Lajeado, nesta semana, surpreenderam pelas histórias, persistência e singularidade. A cada poesia ou texto lido pelos autores, uma sensação de nostalgia e admiração tomava conta da seleta plateia.
Eu estava lá. Fui para ficar um pouco, mas não consegui arredar o pé em meio a tanta riqueza que emanava das falas e lembranças que cada um trazia na bagagem. De Anta Gorda, Dois Lajeados, Taquari, Encantado, Westfália, foram tantas origens e histórias que perdi a conta.
Não fazia ideia que o Vale do Taquari era tão fértil na literatura. Embora tenha o hábito de ler livros regionais, esta semana ampliei meu interesse para desbravar a fartura que os nossos escritores lançaram na Praça da Matriz. Foram mais de 40 obras.
E o que dizer das diferentes gerações. Crianças, jovens, adolescentes e um senhor de quase 90 anos deram um show de vitalidade e curiosidade. A pequena Eduarda Spessatto (6) de Teutônia exibia com o orgulho o cartaz do livro infantil “Os Três Sapinhos”, cuja estória ajudou a criar com o colega Arthur Jéferson Kellermann(12).
A jovem estrelense Giovana Rigo (13) lançou seu terceiro exemplar da coleção “Sarali e a Magia dos Doces”. Outra jovem, Alice Becker Delwing (15) lançou mais um livro de crônicas, “Não sou Obrigada”. O senhor Pedro Silveira (88) lançou a obra “Escolhas Erradas” e prometeu continuar escrevendo. Até um livro em inglês foi lançado pela professora Justine Lied.
Ainda da região alta, Juvenal Dal Castel trouxe um romance de ficção bilíngue, em Português e Talian – dialeto italiano. Foram obras em pelo menos seis línguas.
Enquanto cada um se apresentava, fiquei imaginando como estas belas e incríveis obras podem ganhar os olhos dos leitores da região e fora dela.
Também percebi que não é fácil para os escritores. A cultura e arte nem sempre são valorizadas como deveriam. E os nossos escritores não esconderam as adversidades e indiferenças.
Porém, o Vale rico em geografia, economia e diversidade está na hora de conhecer a riqueza da sua literatura. Incentivar e estimular significa comprar seus livros. Isso permitirá que nossos filhos e netos possam seguir se orgulhando como a plateia na Praça da Matriz, nessa quinta-feira.
Parabéns aos escritores mirins, juvenis e adultos!
Mente ativa e vida longa a todos.

Além do seu tempo

O pesquisador e genealogista Lucildo Ahlert não podia resumir melhor o colega Waldemar Richter, que acaba de lançar uma enciclopédia sobre os sobrenomes e a história de 50 famílias alemãs colonizadoras do Vale do Taquari. No prefácio dos livros, Ahlert escreve: “A grande virtude do professor e pesquisador Waldemar Richter é de não perguntar a ninguém, e nem a si mesmo, se a ideia é possível. Assim, quando muitos diriam que determinadas ideias seriam difíceis, ou mesmo, impossíveis, de serem realizadas, ele começa a colocá-las em prática. Suas visões futuras vão muito além do seu tempo, o que lhe rende críticas de pessoas que não conseguem enxergar o mesmo horizonte.”
Richter foi manchete no jornal Zero Hora por editar 15 mil páginas de livros que nos fazem compreender melhor a saga dos nossos antepassados que vieram da Europa. São numerosas famílias como Bauer, Bald, Schmidt, Schumacher e tantas outras, cujo estudo Richter se dedica há 50 anos.
Trata-se de uma verdadeira enciclopédia germânica regional.

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