O jornalismo deve informar e auxiliar na compreensão das coisas. A imprensa laudatória ou apologética a indivíduos e grupos organizados deve ser evitada por quem preza pelo ofício autêntico da profissão. Ainda mais em tempos líquidos e de tamanha transformação. Quando se trata de órgãos ou agentes públicos, a preocupação deve ser ainda maior.
Por nada menos que o A Hora se mantém firme na sua linha editorial e deixa claro o seu lado: o da população.
Vereadores são representantes do povo. Legítimos e fundamentais para o tripé democrático. São eleitos para fiscalizar e legislar. Quando justificam (ou tentam justificar) sua existência com base na atração de emendas parlamentares – que estão entre os maiores cânceres do sistema político nacional – ou limitam sua atuação em pedidos de lâmpadas ou nomes de ruas, estão desviados da função original que lhes cabe. Muito desviados.
De novo: vereador não é eleito para trazer emenda, dar nome de rua ou pedir lâmpadas. Garantir o serviço básico à população é obrigação do Executivo. É o prefeito e os servidores que devem servir a população. Juízes julgam e promotores denunciam os mal-feitos. Essa é a síntese da função dos poderes.
E o jornalismo deveria informar e esclarecer a verdade, sem tergiversar ou tentar enganar os menos avisados. Infelizmente, também existem diferentes práticas na imprensa.
Para resumir, vai a frase do memorável jornalista Millôr Fernandes: “Jornalismo é oposição. O resto é um armazém de secos e molhados”.
Que “doideira”
Minha capacidade de compreender certas coisas está aquém do ideal. Só pode! Ouço e leio sobre deputados liberando verbas. São fotos e fotos, às vezes várias sobre a mesma emenda: quando pedem, quando protocolam, quando liberam, quando depositam, quando começam a obra, no meio dela e quando terminam. E depois, em campanha eleitoral, requentam a foto. Haja assessor para tanta manchete.
Agora, estas mesmas emendas parecem ser “graças” aos vereadores. Teremos mais fotos!
Confesso que eu já vi muita coisa, mas algumas me fazem “cair os butiás do bolso”.
Para meu consolo, vem aí o projeto Política Cidadã. É A Hora do jornalismo comprometido com a verdade e o leitor.
