Menos estacionamento nas ruas de Lajeado

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Menos estacionamento nas ruas de Lajeado

Como seria a Júlio de Castilhos sem vagas para estacionar? E a Benjamim, com apenas um lado para vagas de carros?

O debate sobre Cidades Inteligentes, promovido pelo Grupo A Hora, nessa quinta-feira, no palco da Construmóbil, avançou sobre temas imprescindíveis para o futuro das cidades. Um deles, sobre a enraizada cultura do uso do carro e a precária mobilidade urbana.

Fabiano Hessel, coordenador do Centro de Pesquisa e Inovação em Cidades Inteligentes da PUC-RS, foi certeiro: “Uma das saídas para tirar carros das cidades é reduzir espaços para estacionamentos nas ruas”, sugere. “Mas para isso, é imperioso ter um transporte público eficiente”, complementa.

O fato é que Lajeado precisa amadurecer a discussão em torno deste e de tantos outros gargalos que nos perseguem. A cada quadra que se elimina estacionamento, a “gritaria” se sobressai, sob o pretexto econômico, de clientela e tal. Ou seja, estamos presos a culturas e paradigmas.

Imaginamos uma rua Júlio de Castilhos, por exemplo, sem estacionamento, com calçadas mais largas que favoreçam a caminhada? Ou, a retirada do estacionamento de um dos lados da Benjamim Constant, definindo pista exclusiva para os ônibus? A favor ou contra, o fato é: para ser uma cidade inteligente, Lajeado precisa colocar estas discussões à mesa e ter ousadia para evoluir.

Por falar em ousadia, o debate avançou sobre os movimentos existentes em Lajeado, como o Pro_Move e a reconstrução do Plano Diretor, ambas ferramentas cruciais para o conceito Smart City. Diante disso, painelistas alertaram sobre a necessidade destas políticas serem de Estado, e não de governo. “Os gestores muitas vezes são imediatistas e querem resolver tudo em 4 anos. Isso não dá. Precisamos saber que uma cidade inteligente se constrói com planejamento, com tempo e com a participação de todos os agentes da sociedade”, observou Hessel.

Ano que vem tem eleições municipais. O tabuleiro político-partidário já se movimenta com intensidade com ataque e contra-ataque. O jogo é esse, infelizmente. Mas ele não pode ser maior do que o futuro da cidade. Acima de qualquer ideologia partidária, candidatos – de todos os lados – deverão ter serenidade e responsabilidade para definir os rumos de Lajeado, sob pena de comprometer os incipientes movimentos que apontam a uma cidade melhor para se viver.

Em tempo: apenas o vereador Sérgio Kniphoff (PT) esteve no debate, representando a oposição. E teve participação fundamental ao invocar o aspecto social na concepção dos projetos inovadores. Como seria bom ver outros agentes da oposição, especialmente vereadores (Mariela Portz também estava presente) e pré-candidatos a prefeito, engajados nesta nova composição de cidade, dando uma clara demonstração que a eleição do próximo ano não será impeditivo para seguirmos evoluindo. Está visível que a nossa primeira mudança de cultura precisa ser a política. E isso depende de quem?


Expovale larga na frente

A Construmóbil sequer chegou ao fim e já se fala em Expovale. Ou, ao menos, no patrocínio dela. Nessa quinta-feira, o Sicredi anunciou patrocínio máster da feira. Na sexta, mais um anúncio. Desta vez, a Certel assinou compromisso de também patrocinar o evento em 2020.

Estamos a mais de um ano da Expovale. Ter estas duas confirmações de patrocínio tão antecipadas permite a comissão organizadora apostar numa feira histórica. Na edição de 2018, a Expovale registrou público de 87,5 mil pessoas e R$ 57,1 milhões em negócios.


Inspiração que vem da Univates

Os negócios continuam tensos. O mercado custa a reagir e as instituições são desafiadas a encontrar novas soluções para atingir os resultados. Diante deste cenário, a Univates serve de inspiração e exemplo a seguir.

Afetada pela nova política do Fies, em 2016, quando perdeu boa parte de sua receita total e pela redução de mais de 40% do número de alunos nos últimos cinco anos, a instituição deu a volta por cima a partir de medidas austeras e inovadoras. Chega ao fim de 2019 com as contas em dia, servindo de case nacional, conforme detalha matéria especial das páginas a seguir.


Atropelamentos em série

Chama atenção o número de atropelamentos na área central de Lajeado. Nas duas últimas semanas, foram pelo menos quatro situações, das quais, uma com a morte de Liane Seidel.

Não é de hoje que motoristas e pedestres ignoram as faixas de segurança em Lajeado. Os casos de imprudência são diários.

Pelo índice de atropelamentos, conclui-se que está na hora de motoristas e pedestres repensarem condutas e adotarem hábito mais consciente. Aliás, Lajeado tem um carro para cada 1,8 habitante, um dos mais altos índices do estado. Sem uma cultura de respeito mútuo, a coisa tende a piorar.

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