O principal parâmetro para avaliar a situação socioeconômica dos municípios e regiões do RS foi apresentado nessa quarta-feira, pela Secretaria Estadual de Planejamento. O Idese mostra que o Vale do Taquari figura entre as regiões melhores colocadas. Das 28 divisões, ocupa a 5° posição em
termos de desempenho na Saúde, Renda e Educação.
Pelos dados apurados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), a região teve um pequeno crescimento de 0,003 em relação ao estudo anterior. Os indicativos desse diagnóstico se referem ao ano de 2016.
O Vale do Taquari registrou uma grande evolução nos três setores a partir de 2010. O ápice se deu quatro anos depois. Em 2014, o índice foi de 0,799. “Melhoramos de 2016 em comparação com o ano anterior e também avançamos uma posição. Essa é uma informação importante”, diz a presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região (Corede), Cíntia Agostini.
Na avaliação dela, ao analisar a série histórica, de 2010 a 2016, o Vale do Taquari teve um aumento de 3,3% nos indicadores. Por outro lado, perdeu posições no ranking gaúcho. Era a 3° região e hoje é a 5°.
No comparativo entre regiões, a Serra, o Noroeste Colônia, o Norte e o Alto Jacuí apresentam melhores resultados. O melhor indicador do Vale do Taquari é a saúde, o pior é a renda. No entanto, explica Cíntia, na renda não são medidos ganhos informais, como nos municípios pequenos onde a agricultura familiar prevalece, as receitas não são computadas. “O Idese quantifica aquilo que é qualidade. É uma boa forma de medir, no entanto, temos que olhar com cuidado pois qualidade é percepção de cada um”, diz.
A classificação vigente considera o desenvolvimento alto aqueles indicadores maiores ou iguais a 0,800, médio os que se encontram entre 0,500 e 0,799 e baixo os que não superam o índice de 0,499.
Destaque do Vale
A cidade de Nova Bréscia é a melhor ranqueada da região. Entre os 497 municípios gaúchos, está na 16° posição. Dos três indicadores, tem avaliação acima dos 0,8 em todos. O maior fica por conta da saúde. “Isso é fruto dos nosso investimentos e da qualidade da nossa equipe”, afirma o prefeito, Marcos Martini.
Por lei, cada cidade precisa separar no mínimo 15% do orçamento para a Saúde. Em Nova Bréscia, afirma Martini, não baixa de 20%. “Mantemos programas de acompanhamento, de prevenção e uma grande oferta de serviços.”
Com uma equipe multidisciplinar, oferece atendimentos especializados em nutrição, odontologia e fisioterapia.
O prefeito desconhecia o resultado do Idese. “Que surpresa. Fico feliz em saber. Esse resultado é uma amostra de que precisamos continuar com programas e políticas que vem dando certo.” Conforme o IBGE, o município tem uma população de menos de 3,6 mil habitantes.
Na formação econômica, o setor de serviços é a principal atividade econômica e corresponde a pouco mais de 52% do PIB. Depois disso, encontra-se o setor agropecuário, com 37,4% do PIB, com especial destaque para a avicultura, sendo Nova Bréscia o município com maior produção de aves no estado.
Crescimento de 0,34% do Estado
Na comparação com 2015, o Idese gaúcho passou de 0,751 para 0,754, o que mantém o Estado no patamar de desenvolvimento médio. Dos três blocos do Idese, dois tiveram percentuais positivos: o da Educação, com o maior avanço relativo (1,73%), e o 0,26% da Saúde, o que assegura o segmento no topo desde 2009 (agora em 0,819). Fruto do cenário econômico, o bloco Renda foi o único a ter retração (-0,89%), acumulando perda de 4% nos últimos dois anos da série.
“O Idese nos ajuda a identificar onde é possível melhorar, para onde as políticas públicas precisam de um olhar mais atento”, destaca a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos.
Pelo sétimo ano consecutivo na série do Idese, Carlos Barbosa, na região da Serra, figura na liderança do índice geral do Idese para os municípios, com 0,884, desempenho levemente superior a 2015 (0,879), mas ainda inferior ao seu ápice de 2014 (0,892).
Entre os municípios, nenhum apresenta nível baixo de desenvolvimento. No ano de 2016, 423 cidades ficaram no patamar médio, enquanto 74 apresentaram índices altos. Isso significa que cerca de 14,9% dos municípios gaúchos, onde residem 27% da população, obtiveram índices iguais ou superiores a 0,800.
FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br
