Olvir Fadani Canton, 52, já lançou dois livros com lendas da região alta do Vale do Taquari. Sonho do escritor de Arvorezinha é transformar os “Contos de Terror” em curtas de cinema e eternizar as histórias contadas no passado à luz da fogueira.
• Por que começou a resgatar essas lendas urbanas da região?
Foi para mantê-las vivas. As pessoas que conhecem essas histórias estão morrendo. Quando era criança eu gostava desses contos. Escutava mesmo com medo. Antigamente nem luz não tinha, então as pessoas se reuniam no fogo para escutar as histórias de terror. Para tu ter uma ideia, no primeiro livro que escrevi alguns antigos que contavam as histórias faleceram antes da divulgação. Sem esse resgate, os contos de terror teriam morrido com as pessoas.
• Você escreve contos de fenômenos paranormais. Já chegou a presenciar algum?
Presenciar nunca. Mas sei de muita gente que viu e quando vou conversar com essas pessoas sinto algo diferente. O primeiro livro não tinha nem nome. Então ia nas casas e gravava as histórias As vezes ficava sozinho e parecia que tinha alguém próximo. Isso me causava arrepios, por isso o “Conto dos Arrepios”.
• Qual a história mais assustadora que já ouviu aqui da região?
No livro, tem umas quantas. Mas não saberia dizer só uma, até porque cada pessoa pode analisar as histórias de formas diferentes.
• Você acredita que os contos são verdadeiros ou podem ser fruto da imaginação?
Talvez, pois a maioria das histórias são antigas. Naquela época, sem rádio, televisão ou telefone, a pessoa contava alguma coisa e o vizinho vinha e já contava outra. Algumas histórias também eram criadas para assustar as crianças para elas obedecerem um pouco mais.
• O que os fãs das suas histórias podem esperar no futuro?
Já visitei algumas pessoas para um novo livro, mas é demorado. Tem que avaliar a história e ver se há fundamento. A ideia também é fazer cinema sobre esses contos de terror. Um tempo atrás tínhamos o Nelson Santos de Lima que cuidava dessa parte como produtor cultural, mas ele faleceu e aí trancamos. Mas queremos retomar, fazer uma oficina de cinema em Arvorezinha e talvez por em prática a ideia no estilo curtas gaúchas.
FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br