Outubro Rosa: Deixar de viajar faz mal à saúde

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Outubro Rosa: Deixar de viajar faz mal à saúde

Com quantos anos você começou a viajar? Essa foi a pergunta da repórter do outro lado do microfone em uma entrevista que concedi logo após bater os 60 países no passaporte. Não precisei refletir muito para responder: com a idade…

Outubro Rosa: Deixar de viajar faz mal à saúde

Com quantos anos você começou a viajar? Essa foi a pergunta da repórter do outro lado do microfone em uma entrevista que concedi logo após bater os 60 países no passaporte. Não precisei refletir muito para responder: com a idade em que passei a criar memórias – ou é a partir de então que me lembro. Viajar não significa apenas cruzar fronteiras. Está mais ligado a limites. E nem me refiro a municípios. Fechar uma mochila com pijama, escova de dentes e roupa íntima para dormir na casa do amigo pode ser uma jornada muito mais intensa aos seis anos do que visitar a Europa aos 20. Viajar é sair do lugar comum. É assistir a própria vida de uma nova perspectiva. É conseguir engavetar a rotina por alguns pares de dia para dar espaço à alma. Já viu que a alma da gente não tem mais espaço? É constantemente patrolada pelo cérebro, pelo coração, pelo estômago, pelo fígado, pela língua. E quando a alma não respira, o pulmão falha.
Por isso, deixar de viajar faz mal à saúde, adverte o ministério da imaginação. A importância de ser jogado para outro plano para valorizar o que se tem do lado de cá é imprescindível para uma vida bem vivida. Lá que a mente muda a operação para o tempo “agora”. É culpa do desconhecido que surpreende e nos obriga a lidar com as invariáveis da hora certa. Incrivelmente, o relógio fica menos ligado aos ponteiros da necessidade e mais aos da vontade. Comer quando se tem fome, dormir quando se tem sono, abrir mapa porque precisa, caminhar para chegar do ponto A ao B. Sabe porque o presente é tão ativo nas viagens? Por que há prevenção. A gente toma remédio para não enjoar antes de pegar o avião. A gente calibra o pneu do carro antes de colocá-lo a rodar estrada afora. A gente toma a vacina da febre amarela e capricha no seguro saúde. E fica tranquilo para desfrutar do roteiro sem se atormentar com o futuro. Aliás, arrumar as malas, com todo este preciosismo, deveria ser uma prática exemplo de como gerenciar a própria história. Com precaução.
Porque, uma vez no destino final, é difícil recuperar a bagagem extraviada – caso você não tenho organizado bem a maleta de mão com o kit de necessidades básicas. Estamos em outubro, mês de pensar no que vem antes. De organizar aquela lista com os itens que podem ser fundamentais ao longo do caminho. Entre tantos, o autocuidado. Protetor solar, calçados confortáveis e repelente são acessórios comuns a um viajante profissional, tanto como olhar para dentro – para o próprio corpo e para a alma, como citei lá em cima. Não esperar a dor física chegar para se autoconectar é um aprendizado da rota de quem tem a mania de caminhar por aí com a mochila nas costas. Se o tempo que se vive é o agora, o passado já tem que ter sido vencido e o futuro é no que estamos trabalhando neste segundo.
Prepare-se e, aí sim, viaje. Experimente um sabor novo. Improvise em um estilo de roupa diferente. Leia um livro de ficção que seja uma passagem direta a Hogwarts ou Nárnia. E, se possível, troque de cidade, de país, de continente. Enxergue as pessoas como elas são e compreenda a riqueza das dissemelhanças ideológicas e culturais. Conte histórias e ouça outras tantas para poder espiar por cima do ombro o traçado do mapa e estar firme quanto ao pontilhado percorrido. Prevenir não é a certeza de que a viagem correrá bem, é verdade. Mas garante segurança e, mais importante que isto: tranquilidade para se manter confiante no trajeto e deixar a alma voar leve.

Fernanda Pandolfi – Jornalista a frente do projeto Ida e Volta | Oferecimento: Água da Pedra

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