As transformações da construção civil ao longo das décadas tornaram o segmento um dos importantes para a economia do país. E os cuidados com o meio ambiente exigem também que se construa com responsabilidade. Nisso, a destinação dos resíduos surge como uma preocupação e, ao mesmo tempo, uma solução.
A bióloga Marcela Bruxel foi uma das palestrantes da noite de ontem, 26, no segundo dia de programação da Construmóbil 2019. E apresentou o desafio de solucionar a produção de resíduos pela construção civil. Uma preocupação que surgiu ainda nos anos 80, com a formulação do conceito de “desenvolvimento sustentável”.
“Como a Construmóbil está relacionado à sustentabilidade, trouxemos este tema. Aqui na região temos uma usina de reciclagem pioneira, a Usinaldo, com licença ambiental, para receber resíduos da construção civil e fazer o processamento e beneficiamento destes, gerando agregados”, comenta.
O agregado, segundo Marcela, pode ser aproveitado como base de nivelamento de pisos, preenchimento de alicerces e calçamentos, bases para instalação de piscinas e também em paisagismo e ornamentação de jardins. “Lá, eles recebem todo o entulho gerado em obras, desde argamassa, concreto, gesso. Ele é triado e depois separado conforme o tipo. Muitas construtoras já tem conhecimento, mas a ideia é conscientizar as pessoas, de que existe essa alternativa”, cita.
Público mais consciente
Para Marcela, no Vale do Taquari, há uma conscientização maior tanto das construtoras quanto das pessoas quanto aos resíduos da construção civil. “Aqui vemos uma grande preocupação em relação à sustentabilidade. Nosso público já é mais seletivo, mais consciente. Onde, no estado, temos uma feira parecida com essa?”, elogia.
A reutilização, lembra a bióloga, também se apresenta como uma solução pelo seu custo-benefício. “Uma obra só deve se denominar sustentável se ela tiver o engajamento de reutilizar o resíduo que gera. As construtoras mais abertas tem uma receptividade maior a isso”, pontua Marcela.
A palestra foi ministrada em conjunto com a engenheira ambiental Maitê Joanella. Ambas são sócias-proprietárias de uma empresa de soluções em meio ambiente.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br