Risco de epidemia

Editorial

Risco de epidemia

Mais um caso de dengue contraída no Vale do Taquari deixa a comunidade regional em alerta. Após Teutônia confirma no mês passado dois casos autóctones da doença, a suspeita é que Lajeado também teve uma pessoa infectada. Conforme levantamento da…

Mais um caso de dengue contraída no Vale do Taquari deixa a comunidade regional em alerta. Após Teutônia confirma no mês passado dois casos autóctones da doença, a suspeita é que Lajeado também teve uma pessoa infectada. Conforme levantamento da Coordenadoria Regional da Saúde, são 20 cidades do Vale infestadas pelo mosquito transmissor da dengue, Chikungunya e Zika Virus.
02_AHORAA falta de cuidados da comunidade, aliada ao déficit de agentes municipais de endemias, expõe carências organizacionais da sociedade. Se em pleno início de primavera, a doença se prolifera no Vale, o que esperar do próximo verão?
Há cerca de dez anos, falar em dengue no RS era um tema despreocupante. No entanto, a falta de cuidados da população e a incompetência dos governos para barrar o avanço do mosquito vetor tornaram o perigo cada vez mais próximo.
O quadro é alarmante. Frente ao descuido com a prevenção, o Vale vive o risco real de uma epidemia. Ainda que não sejam muitos os registros das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti nas cidades da região, a sua proliferação acontece de modo bastante rápido. Com dois casos autóctones já constatados, o perigo de uma epidemia é ainda maior.
É preciso um cuidado que vá além das campanhas de conscientização. O movimento tem de ser orgânico. Estar com as agentes de saúde. Estar no contato diário com a população. O assunto deve ser debatido de forma ampla e contínua.
Nos últimos anos, diversas cidades fizeram dias de combate ao mosquito. Servidores e até o Exército estiveram nos bairros para eliminar os focos das larvas dos pátios, casas e quintais.
O poder público, nas três esferas, precisa fazer mais. É urgente, por exemplo, criar mecanismos para identificar de forma mais ágil os locais onde há risco de transmissão e combater o mosquito em áreas específicas.
Há razões para esperar uma escalada real nas infecções. Cabe ressaltar que essa não é uma luta só dos poderes públicos. É uma responsabilidade de todos.
Os cuidados são conhecidos. Evitar o acúmulo de água parada significa reduzir as chances de o inseto sobreviver. O alerta é nacional. Para o Vale, cabem ações conjuntas do poder público e a vigilância intensa da comunidade.

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