Paredes com mofo e portas de madeira tomadas por cupim. Para abrir a cela, é preciso entrar no banheiro, que fica do lado de fora. Quando chove, molha dentro. Uma sala precisou ser desocupada, em função do mofo. Essa é a realidade da Delegacia de Polícia de Estrela hoje.
“Tem problemas estruturais de infiltração sempre que chove, a ponto de ter que tapar inquérito para não amanhecer com o inquérito encharcado. Tem mofo de uma maneira que quem tem problema respiratório não consegue ficar em determinadas salas”, afirma o delegado Juliano Stobbe.
O adorno no topo da fachada indica que a construção provavelmente seja de 1923. O imóvel passou a abrigar as atividades da polícia ainda na gestão do ex-prefeito Gabriel Mallmann, quando recebeu uma grande reforma.
Desde então, outras intervenções foram feitas. Agora, o delegado acredita que o local não tenha mais condições de atender à comunidade.
“Ela tem problemas que hoje são invencíveis, até no sentido de evitar um investimento maior do que seria necessário para reformar esta outra residência”, avalia.
Imóvel pertence ao Estado
De acordo com Stobbe, a mudança da delegacia já conta com os recursos necessários. O novo endereço fica na esquina das ruas Coronel Müssnich e Coronel Flores. A casa tem 200m² e fica em um terreno de cerca de 500m², havendo a possibilidade de ampliação no futuro.
O imóvel é do estado. Pertencia à Secretaria Estadual de Agricultura e foi cedido à Segurança Pública. No local funcionou a Inspetoria Veterinária. O espaço é menor que o atual, logo a mudança vai demandar organização principalmente em relação ao depósito de materiais apreendidos.
Projeto está pronto
O projeto já está pronto e os orçamentos, em fase de conclusão. As obras devem iniciar em um ou dois meses e vão custar cerca de R$ 150 mil, de acordo com Stobbe.
A maior parte dos recursos virá do Poder Judiciário, por meio do recurso acumulado do pagamento de penas alternativas. O restante vem de contribuições da comunidade. A mão de obra será dada pelo município, assim como o projeto.
Como o recurso vem do poder Judiciário, algumas burocracias precisam ser respeitadas. Cada etapa precisa ter três orçamentos, que passam por avaliação do Tribunal de Justiça.
O dinheiro será repassado à polícia por meio do Gapocie (Grupo de Apoio à Polícia Civil de Estrela). O corretor de seguros Wilson Daldon é o presidente entidade, que existe desde 1994 e é formada por cerca de 15 voluntários.
“O Gapocie vai auxiliar na busca de recursos, visitando algumas empresas. Toda verba que entra tem que ser documentada, com rebico, e é destinada à Polícia Civil. Não podemos repassar a outro órgão”, diz Daldon.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br