“Bens materiais não são tudo”

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“Bens materiais não são tudo”

Após dois anos morando na Irlanda, Lucas Luís Kuhn, 23, está retornando para o Brasil. Na Europa para aprimorar o Inglês, aprendeu a valorizar os amigos e familiares. • O que te motivou a escolher a Irlanda? Foi que é…

“Bens materiais não são tudo”

Após dois anos morando na Irlanda, Lucas Luís Kuhn, 23, está retornando para o Brasil. Na Europa para aprimorar o Inglês, aprendeu a valorizar os amigos e familiares.

• O que te motivou a escolher a Irlanda?

Foi que é um país que te dá visto de trabalho e estudo para fazer intercâmbio de oito meses e depois tu pode renovar o curso de inglês, mais duas vezes, depois que teu inglês está fluente, tu pode fazer faculdade ou pós-graduação, e o motivo que me levou para lá foi para aperfeiçoar o inglês e porque a Irlanda fornece além do visto de estudo, o visto de trabalho.

• O que mais te chamou a atenção no período em que esteve lá?

Primeiro é que a cidade não dorme. É uma cidade que tem muitas coisas 24h. Outra é a facilidade de se locomover. Eu morava em Dublin. Dentro da cidade tem várias opções para tu se locomover. Tem as bicicletas que tu aluga e tu pode usar quando você quiser. Tem um mini trem que percorre a cidade inteira. O transporte de ônibus também é muito utilizado por ser fácil.

• O que mudou na sua vida após essa experiência?

Acho que foi o meu pensamento. Aprendi a compartilhar muitas coisas que depois acabam somando no final. Foi uma experiência que mudou muito a minha cabeça, meu jeito de pensar. Bens materiais não são tudo. Muitas vezes passei por dificuldades e me ajudaram. Tem muito brasileiro lá, todos vão praticamente sozinhos. Fui sozinho e conheci muita gente lá. Mas o que mudou mesmo em mim foi a maneira de pensar. A gente precisa mais do outro, não tem como viver sozinho.

• Quais as diferenças e similaridades entre a Europa e o Brasil?

A principal diferença é a segurança. Não estou dizendo que no Brasil tu vai ser assaltado a qualquer momento, mas na Europa tu se sente muito seguro. Tu pode caminhar de madrugada na rua ou voltar de uma festa a pé, sem correr riscos, coisa que até em Lajeado tu não consegue mais fazer. Lá se uma pessoa parar para trocar uma ideia contigo, no meio da rua, tu pode dar atenção pra ela. Se no Brasil alguém fizer isso contigo, tu vai ficar com um pé atrás, tu vai ficar com receio, pois vai achar que a pessoa vai querer passar a perna em ti ou te roubar. A similaridade querendo ou não, o povo europeu é parecido com o brasileiro, principalmente nos costumes. Nesses dois anos no exterior passei pela África e Ásia, e daí vi diferenças.

• O europeu tem algum tipo de preconceito com o brasileiro?

O preconceito vai muito de país para país. Fui para alguns países da Europa que quando me reconheciam, vinham falar sobre futebol. O momento mais embaraçoso que passei foi na Irlanda. Lá tem festa que brasileiro não pode entrar. São festas mais caras e o pessoal sabe que brasileiro não gasta muito, em comparação com o europeu. Na Inglaterra, também senti um pouco, mas lá é porque tem muito brasileiro que está ilegal. Mas no geral não vi muito preconceito.

EZEQUIEL NEITZKE – ezequiel@jornalahora.inf.br

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