Além de lazer e descanso, os feriados sempre trazem consigo a preocupação quanto à segurança nas estradas. Este, em especial, alusivo à Revolução Farroupilha (20 de Setembro), será o primeiro com as novas medidas determinadas pelo Palácio do Planalto para as rodovias federais.
Desde a metade de agosto, o uso dos radares eletrônicos de velocidade móveis, estáticos e portáteis está suspenso. Sem apresentar justificativas ou estudos para embasar a decisão, a estratégia foi adotada sob o pretexto de “acabar com a indústria da multa”.
Segundo o governo, não há relação entre o uso dessas tecnologias e um trânsito mais seguro. Até o fim do veraneio, em fevereiro, os motoristas não serão flagrados e multados caso ultrapassem a velocidade permitida no trecho. Organizações da sociedade civil já manifestaram preocupações de que a estratégia sirva como um estímulo à imprudência e à inconsequência no trânsito.
Em meio às entidades contrárias à medida, está a própria Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais. Em nota, a instituição alerta para os perigos da ausência de controle na pista. A direção-geral do Detran também expressou temor quanto à estratégia.
Entre críticas e apoios, a suspensão dos radares é, no mínimo, polêmica, e gera medo junto à opinião pública. O Brasil já é reconhecido mundialmente pelos altos índices de acidentabilidade no trânsito, e a retirada dos equipamentos não parece colaborar para atenuar o cenário.
Excesso de velocidade, desrespeito às regras e irresponsabilidade são marcas do trânsito brasileiro, seja nas rodovias ou dentro das cidades. O comportamento dos motoristas traduz muitos dos problemas da sociedade. A pressa se tornou justificativa para colocar a própria vida e a de terceiros em risco.
Espalhar pelos grupos de mensagens os locais de blitz é um hábito que já se tornou usual no país, e um exemplo de como há uma inversão de valores em curso. O medo da punição supera o respeito à vida.
Muito mais que medidas populistas e controversas, a nação necessita de uma nova cultura no trânsito, e isso perpassa a educação. As novas gerações precisam compreender que cumprir as normas é obrigação – não apenas no trânsito.
Editorial
Suspensão à prova
Além de lazer e descanso, os feriados sempre trazem consigo a preocupação quanto à segurança nas estradas. Este, em especial, alusivo à Revolução Farroupilha (20 de Setembro), será o primeiro com as novas medidas determinadas pelo Palácio do Planalto para…