O impasse em torno da responsabilidade sobre o trecho urbano da BR-386 demonstra o quanto a burocracia estatal atrapalha o cidadão. Em março do ano passado, os cerca de quatro quilômetros entre Estrela e Lajeado foram repassados ao domínio do Estado.
Primeiramente, o Daer ficou responsável pela manutenção da pista. Contudo, com limites orçamentários e problemas crônicos de eficiência, o órgão não conseguiu manter a conservação e providenciar os reparos necessários no tempo e na qualidade esperados pela comunidade regional. Afinal, trata-se da principal ligação entre as duas maiores cidades do Vale do Taquari.
Desde então, o atendimento às ocorrências de trânsito e a fiscalização ficaram a cargo das unidades da Polícia Rodoviária Estadual de Cruzeiro do Sul e Teutônia. São dois postos que compartilham a responsabilidade sobre o trecho, distantes a cerca de 21 e 24 quilômetros, respectivamente, conforme demonstra a reportagem publicada nessa terça feira no A Hora.
Na metade de fevereiro deste ano, o trecho voltou à Federação e, a partir da concessão da rodovia para a iniciativa privada, a manutenção foi passada para o Grupo CCR Via Sul. Contudo, a fiscalização e o atendimento às ocorrências permanecem com a PRE.
Nesta semana, um acidente de trânsito no trecho evidenciou a dificuldade dessa situação. Acionada para realizar o atendimento, a equipe de Teutônia estava impossibilitada pois respondia a outra solicitação em sua zona de abrangência. Após quase uma hora de espera, uma viatura de Cruzeiro do Sul precisou ser deslocada para o trecho.
Agora, é preciso um novo trâmite burocrático para que a Polícia Rodoviária Federal, localizada a cerca de três quilômetros do trecho, assuma esses serviços. Conforme a reportagem, a PRF já demonstrou interesse em assumir o trecho, e os comandos regionais da PRE também expressam a dificuldade para cobrir aquele trecho.
Felizmente, em reunião recente da Acil nesta semana, o superintendente regional da PRF no RS, Luís Carlos Reischak Júnior, disse que o assunto será resolvido “em breve” e a instituição assumirá o controle.
Espera-se celeridade nesse processo de mudança de responsabilidade, visto que o tema diz respeito não apenas à qualidade da mobilidade urbana, mas à segurança dos usuários da via.